19 de março de 2019 – O novo comitê consultivo da Organização Mundial da Saúde para o desenvolvimento de padrões globais de governança e supervisão de edição do genoma humano concordou em trabalhar em prol de uma forte estrutura de governança internacional nessa área.
“A edição genética é uma promessa incrível para a saúde, mas também apresenta alguns riscos, tanto ética quanto medicamente. Esse comitê é um exemplo perfeito da liderança da OMS, reunindo alguns dos principais especialistas do mundo para fornecer orientações sobre esse assunto complexo. Sou grato a cada membro do comitê consultivo de especialistas por seu tempo e experiência”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
Nos últimos dois dias, o comitê de especialistas revisou o estado atual da ciência e tecnologia. Também concordou com os princípios básicos de transparência, inclusão e responsabilidade que sustentam as recomendações atuais do grupo. O comitê entrou em consenso que, neste momento, é irresponsável que alguém proceda com aplicações clínicas da edição do genoma da linhagem germinativa humana.
O comitê também concordou que um registro central de pesquisa de edição de genoma humano é necessário para criar um banco de dados aberto e transparente do trabalho em andamento. O grupo de especialistas solicitou à OMS que comece imediatamente a trabalhar para estabelecer tal registro.
O grupo de especialistas convidou todas e todos que conduzem pesquisas de edição de genoma humano a discutir o tema para entender melhor o ambiente técnico e os arranjos atuais de governança, bem como ajudar a garantir que seu trabalho atenda às melhores práticas científicas e éticas atuais.
O comitê funcionará de maneira inclusiva e fez uma série de propostas concretas para aumentar a capacidade da OMS de atuar como um recurso de informação nesta área. "Ele desenvolverá ferramentas e orientações essenciais para todos aqueles que trabalham com esta nova tecnologia para garantir o máximo benefício e um risco mínimo para a saúde humana", afirmou Soumya Swamanathan, cientista-chefe da OMS.
Nos próximos dois anos, por meio de uma série de reuniões presenciais e consultas virtuais, o comitê consultará uma ampla gama de partes interessadas e fornecerá recomendações para uma estrutura de governança abrangente que seja escalonável, sustentável e apropriada para uso internacional e regional, nacional e local. O grupo de especialistas solicitará opiniões de várias partes interessadas, incluindo grupos de pacientes, sociedade civil, profissionais da área de ética e cientistas sociais.