Brasília, 12 de novembro de 2020 – Uma pesquisa feita pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em 33 países e dois territórios das Américas apontou que 42% dos entrevistados no Brasil relatou alto consumo de álcool durante a pandemia de COVID-19.
Os dados foram coletados entre maio e junho deste ano por meio de um questionário online. Ao todo, mais de 23 mil pessoas com idade superior a 18 anos responderam a questões relacionadas à COVID-19, incluindo medidas de precaução tomadas na vida diária; demografia; impactos negativos na saúde mental; consumo de álcool em 2019 e durante a pandemia deste ano; entre outros. O Brasil teve o maior número de entrevistados, representando 30,8% da amostra total (3.799 pessoas).
A pesquisa mostrou que houve maior prevalência entre os jovens do beber pesado episódico – ou seja, consumir mais de 60 gramas de álcool puro (cerca de cinco bebidas alcoólicas padrão) em pelo menos uma ocasião durante os últimos 30 dias. O crescimento na frequência do consumo de bebidas alcóolicas foi mais prevalente entre pessoas de rendas mais altas. A presença de quadros graves de ansiedade aumentou em 73% a chance de maior frequência no consumo.
Um dos dados mais relevantes é que apesar dos altos níveis de beber pesado episódico e dos riscos de saúde associados, a maioria das pessoas não procuram ajuda, e uma pequena proporção tenta parar por conta própria.
Os principais achados da pesquisa e outras informações importantes sobre consumo de álcool e COVID-19 foram detalhados em um webinar realizado pela OPAS e o Ministério da Cidadania do Brasil. O evento contou também com a apresentação da Secretaria de Desenvolvimento Social de Minas Gerais e da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Assista: