Atualizado em maio de 2021
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) tem apoiado as ações do Brasil na resposta à COVID-19 desde janeiro de 2020.
Antes do primeiro caso notificado da doença na América Latina, a OPAS organizou em fevereiro, junto com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Saúde do Brasil, um treinamento para nove países sobre diagnóstico laboratorial do novo coronavírus. Participaram da capacitação especialistas da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai.
Durante a atividade, os participantes fizeram um exercício prático de detecção molecular do vírus causador da COVID-19, além de revisarem e discutirem sobre as principais evidências e protocolos disponíveis. A OPAS também doou ao Brasil primers e controles positivos, que são materiais essenciais para diagnóstico do coronavírus, e – junto com as autoridades de saúde brasileiras – disponibilizou reagentes para outros países da região das Américas.
Em março, a Organização Pan-Americana da Saúde realizou um treinamento para especialistas em saúde pública do Brasil no uso da Go.Data, ferramenta que busca facilitar a investigação de surtos e epidemias, como a da doença causada pelo novo coronavírus: COVID-19. A capacitação foi feita a pedido do Ministério da Saúde do país.
A Go.Data permite a coleta de dados de campo, rastreamento de contatos e visualização de cadeias de transmissão. Pode ser usada tanto online quanto offline em diferentes plataformas, como computadores, celulares e tablets – e funciona em diversos sistemas, como Windows, Linux, Mac, Android e iOS.
Além disso, a OPAS está ajudando o Brasil a ampliar sua capacidade de diagnóstico, com a compra de 10 milhões de testes do tipo RT-PCR, que detectam se a pessoa está infectada com o coronavírus causador da COVID-19. Também está disponibilizando cursos virtuais em português para profissionais de saúde e ajudando a fortalecer, em apoio às ações do Ministério da Saúde do Brasil, a capacidade de vigilância no município de Manaus e no estado do Amazonas – incluindo a contratação de 23 enfermeiros, 2 profissionais de biotecnologia, 4 farmacêuticos, 3 biólogos, 6 técnicos de enfermagem e 9 datilógrafos.
No estado do Pará, o organismo internacional ajudou a construir a Sala de Inteligência da Gestão, incluindo um painel de monitoramento da COVID-19 no Estado. A ferramenta ajuda a identificar onde o vírus está circulando e produzir cenários que permitem a tomada de decisão com base em informações qualificadas.
A Organização Pan-Americana da Saúde tem disponibilizado ainda uma série de ferramentas para auxiliar os governos na tomada de decisão sobre medidas não farmacológicas, como endurecimento ou afrouxamento das medidas de distanciamento social, inclusive com indicadores e uma calculadora de cenários epidêmicos.
Outra iniciativa da OPAS é a promoção da saúde mental no contexto da pandemia, com informações direcionadas a profissionais de saúde, cuidadores, população em geral, pessoas idosas e população venezuelana migrante.
Além disso, a Organização Pan-Americana da Saúde tem conduzido uma série de seminários virtuais com especialistas de diferentes países – incluindo China, Espanha, Itália e Japão – para apoiar o Brasil no desenvolvimento de protocolos, bem como informar as autoridades de saúde pública. Em um deles, com especialistas da Espanha, foram relacionados à identificação de sinais e sintomas da COVID-19, como lesões de pele e síndrome inflamatória multissistêmica em crianças e adolescentes.
Na segunda semana de junho, a OPAS contribuiu com o governo do Mato Grosso do Sul na elaboração de um plano e critérios para ajuste de medidas não farmacológicas, como distanciamento social e restrição de viagens, para resposta à COVID-19 no estado. O objetivo é implementar ações tanto para o cenário atual quanto para o futuro.
No mesmo mês, foi lançado o documento “Estratégia de Gestão – Instrumento para apoio à tomada de decisão na resposta à pandemia da Covid-19 na esfera local”, elaborado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), com participação direta da OPAS. Essa ferramenta para avaliação de riscos busca apoiar gestores dos estados e municípios brasileiros na adoção de medidas de saúde pública, para reduzir a velocidade de propagação da doença, evitar o esgotamento dos serviços de saúde, especialmente de terapia intensiva, e minimizar o impacto da COVID-19 na população brasileira.
No Rio Grande do Norte, a OPAS apoiou o estado no desenvolvimento de uma ferramenta para auxiliar as autoridades de saúde pública no estabelecimento de critérios para monitorar a evolução da COVID-19 e tomar decisões sobre medidas não farmacológicas. Esses indicadores facilitam a avaliação, por exemplo, sobre a necessidade de endurecer as medidas de distanciamento social – ou apontam se é possível afrouxá-las.
No município de São Paulo, a OPAS realizou, em conjunto com a Secretaria de Relações Internacionais e a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania do município de São Paulo, um treinamento para cerca de 40 servidoras municipais que atendem mulheres em situação de violência na capital paulista. Foram abordadas a saúde mental (tanto de quem vai atender quanto de quem receberá os cuidados, incluindo dicas sobre o que fazer e não fazer nas interações), a perspectiva de gênero (com orientações para mulheres, homens, equipes de saúde, gestores, formuladores de políticas e gerentes de serviços de saúde), as principais medidas de prevenção contra a COVID-19 e a preparação para a fase de reabertura dos serviços.
Em Roraima e no Pará, especialistas da OPAS treinaram cerca de 40 profissionais para aperfeiçoamento da análise e produção de boletins epidemiológicos.
A OPAS também tem organizado uma série de missões aos estados – Amazonas, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Pará e Rio Grande do Norte – para troca de experiências no enfrentamento à COVID-19, incluindo vigilância, atenção à saúde e comunicação de risco.
Em outubro, a OPAS auxiliou o estado do Amapá a estruturar um Centro de Operações de Emergência no estado.
A OPAS tem apoiado ainda o desenvolvimento do plano nacional de vacinação do Brasil, fornecendo suporte técnico e compartilhando o que as mais recentes evidências científicas relacionadas à COVID-19. Para ampliar e acelerar o acesso ao imunizantes, a OPAS também está trabalhando em estreita colaboração com o Ministério da Saúde do país para trazer mais vacinas, mais seringas e outros insumos, além de apoiar tecnicamente o desenvolvimento das estratégias de imunização. Inclusive, em colaboração com instituições do Brasil para conhecer melhor a dinâmica do vírus, fortalecer as atividades de sequenciamento genômico, apoiar pesquisas do impacto da variante P.1.
Em janeiro de 2021, a OPAS firmou uma parceria com o município do Rio de Janeiro para criação de um Centro de Operações de Emergências para enfrentamento da pandemia e enviou uma equipe a Manaus, capital do estado do Amazonas, para apoiar as ações de controle da COVID-19 em articulação com a Secretaria Municipal de Saúde, a Secretaria Estadual de Saúde e o Ministério da Saúde do Brasil, inclusive com identificação de soluções relacionadas à falta de oxigênio hospitalar.
A Organização Pan-Americana da Saúde também doou ao Amazonas 4.600 oxímetros (para monitorar as condições de saúde de pacientes com COVID-19), 45 cilindros de oxigênio (para abastecer estabelecimentos de saúde do estado) e 1.500 termômetros (para checagem de temperatura de pacientes), enviou 60 mil testes rápidos baseados em antígenos (para apoiar o diagnóstico de casos da doença) e contratou 46 apoiadores para garantir o funcionamento do laboratório central do estado 24 horas por dia, sete dias por semana.
A OPAS coopera ainda com o governo do Brasil para atender às necessidades urgentes de testes de diagnóstico, equipamentos (incluindo concentradores de oxigênio) e medicamentos. Também fez doações de tablets, tendas e 1,2 milhão de adesivos para cartões de vacina ao Distrito Federal para apoiar as atividades de vacinação e colabora com uma pesquisa sobre a prevalência da COVID-19 na população do Brasil.