29 de maio de 2020 – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em apoio às atividades do Ministério da Saúde do Brasil, tem ajudado a reforçar a capacidade laboratorial e de vigilância dos estados do Amazonas e do Pará na resposta à COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Nesta quarta-feira (27), a representante da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, Socorro Gross, acompanhou a visita do ministro interino da Saúde do país, Eduardo Pazuello, à Belém, no Pará, para se reunir com autoridades locais e conhecer de perto algumas das ações desenvolvidas.
Entre elas o Hospital de Campanha do Hangar, que funciona em regime de retaguarda exclusivo para pacientes com COVID-19. Também foi feita uma visita à Policlínica Metropolitana de Belém, que fornece assistência às pessoas afetadas por essa e outras doenças respiratórias – incluindo consulta médica, exames laboratoriais e de imagem – e ao Hospital Regional Abelardo Santos.
Por meio do termo de cooperação assinado com o Pará, a OPAS ajudou a construir a Sala de Inteligência da Gestão, incluindo um painel de monitoramento da COVID-19 no Estado. A ferramenta ajuda a identificar onde o vírus está circulando e produzir cenários que permitem a tomada de decisão com base em informações qualificadas. A Organização Pan-Americana da Saúde também fortaleceu a capacidade de resposta da Secretaria de Saúde do Pará ao contratar dois profissionais para atuar na vigilância e um para laboratório.
Na terça-feira (26), Socorro Gross esteve com o ministro Pazuello na inauguração de uma ala hospitalar destinada à indígenas com COVID-19. A estrutura foi montada no Hospital Nilton Lins, em Manaus, no Estado do Amazonas. A instalação possui 33 leitos clínicos, 15 Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e 5 Unidades de Cuidados Intermediários (UCI), com possibilidade de expansão.
A recém-inaugurada ala também terá posto de enfermagem, área de higienização, banheiros, recepção e área administrativa. Um espaço de espiritualização será destinado aos pajés – líderes espirituais dos povos indígenas – e outra área será destinada para armação de redes nas enfermarias clínicas, respeitando a cultura de cada etnia.
Essas novas instalações se somam a outras medidas, implantadas no Amazonas com apoio da OPAS, para resposta à COVID-19. Por exemplo, a pedido do Ministério da Saúde e da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) do Amazonas, o organismo internacional auxiliou a contratação de 23 enfermeiros, 2 profissionais de biotecnologia, 4 farmacêuticos, 3 biólogos, 6 técnicos de enfermagem e 9 digitadores.
Esses especialistas estão atuando na vigilância epidemiológica e hospitalar, no diagnóstico de infecções pelo novo coronavírus, no processamento laboratorial de amostras para identificação de casos de COVID-19 (ou outras doenças) e na digitação de informações para alimentar e manter atualizados bancos de dados do Sistema Único de Saúde (SUS).
A OPAS também desenvolveu com o Ministério da Saúde um programa de treinamento de capacidades, para profissionais de saúde, sobre cuidados a pessoas com caso confirmado ou suspeito de COVID-19 nos diversos setores de assistência, acolhimento, classificação de risco e admissão de pacientes, internação hospitalar e terapia intensiva. O objetivo deste treinamento é garantir a competência profissional para se protegerem e desenvolverem o trabalho com qualidade e segurança.
A Organização Pan-Americana da Saúde ajudou ainda, a pedido da Secretaria de Saúde de Manaus, a fortalecer as capacidades de contenção e resposta rápida a surtos do município para notificação de casos de COVID-19 e sarampo. Esse trabalho de notificação é fundamental para saber onde os vírus estão circulando e adotar estratégias eficazes, com ações de vigilância, isolamento e, no caso do sarampo, intensificação da vacinação.
Foto: Erasmo Salomão/ASCOM MS