Genebra, 9 de novembro de 2020 – A 73ª Assembleia Mundial da Saúde foi retomada ao som do clássico hit “We are Family”, do grupo musical Sister Sledge, junto ao Coral de Enfermeiras do Reino de Tonga, e com um discurso do diretor-geral da OMS pedindo por um financiamento estável e sustentável da OMS, lançando a Universal Health and Preparedness Review e falando sobre a necessidade de “reimaginar” a liderança global e “estabelecer uma nova era de cooperação” que reflita as lições da pandemia de COVID-19.
Tedros chamou os Estados Membros a “abordarem o chocante e crescente desequilíbrio entre as contribuições fixas e os fundos voluntários, amplamente reservados”, observando que o orçamento anual da OMS é equivalente ao que o mundo gasta em produtos de tabaco em um único dia.
Uma vacina não pode resolver o subfinanciamento global em funções essenciais de saúde pública e sistemas de saúde resilientes, nem a necessidade urgente da abordagem “Uma Saúde”, que englobe a saúde de humanos, animais e do planeta que compartilhamos. Não existe vacina para a pobreza, fome, mudança climática ou desigualdade.
Em seu discurso, Tedros pediu "lideranças construídas sob confiança e responsabilidade mútuas - para acabar com a pandemia e abordar as desigualdades fundamentais que estão na raiz de tantos dos problemas do mundo”.
“É hora de o mundo se curar - das devastações desta pandemia e das divisões geopolíticas que nos levam ainda mais para o abismo de um futuro não saudável e mais inseguro e injusto”, disse. “Hoje e todos os dias, devemos escolher a saúde. Somos uma grande família”.
Michael Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS, fez uma atualização epidemiológica sobre a pandemia de COVID-19, observando “o marco sombrio” de 50 milhões de casos em todo o mundo.
A presidente do Comitê Consultivo Independente do Programa de Emergências da OMS, Felicity Harvey, apresentou o relatório que faz várias recomendações e conclui que “nos últimos quatro anos, o Programa demonstrou sua capacidade para gerenciar várias emergências e ajudou a afirmar a posição da OMS como líder global de saúde, mas a pandemia de COVID-19 projetou os desafios enfrentados pela OMS para lidar com uma grave pandemia e colocou o programa sob escrutínio público global.”
O presidente do Comitê de Revisão sobre o funcionamento do Regulamento Sanitário Internacional (2005) durante a resposta à COVID-19, o professor Lothar H. Wieler, que também é presidente do Instituto Robert Koch, na Alemanha, forneceu uma atualização sobre o trabalho do Comitê e suas conclusões preliminares. O Conselheiro Sênior do diretor-geral, Bruce Aylward, informou os Estados Membros sobre os progressos do acelerador de acesso a ferramentas contra a COVID-19 (ACT), observando as principais realizações em relação aos testes rápidos, tratamentos que salvam vidas e o mecanismo COVAX com seu marco de alocação equitativa.
Aylward observou que o acesso a essas ferramentas críticas difere amplamente entre os países e pode piorar sem uma ação urgente para preencher a lacuna de financiamento de US$ 4,5 bilhões do ACT.
O prêmio Líderes de Saúde do diretor-geral da OMS por liderança destacada em saúde global foi concedido à Sua Alteza Real, a Princesa Muna Al-Hussein da Jordânia, à Honorável Ministra da Saúde do Reino de Tonga, Amelia Afuhaamango Tuipulotu, e ao Coro das Enfermeiras do Reino de Tonga.
A Assembleia Mundial da Saúde considerou uma proposta para um item suplementar da agenda intitulada “Convidando Taiwan para participar da Assembleia Mundial da Saúde como observador”.
A proposta foi considerada de acordo com um processo definido para um debate estruturado conhecido como arranjo “dois mais dois”. Após esse processo, a Assembleia decidiu não incluir este item em sua agenda. Esta é a 15ª vez, desde 1997, que tal proposta é apresentada.
Em consonância com uma decisão análoga da Assembleia Geral da ONU, a Assembleia Mundial da Saúde, por meio da resolução WHA 25.1, de 1972, decidiu “(…) reconhecer a República Popular da China como única representante legítimo da China junto à Organização Mundial da Saúde (…)”. Esta decisão ainda se aplica 48 anos depois.
Embora a questão da adesão de Taiwan à OMS e sua participação na Assembleia Mundial da Saúde permaneça uma questão para os Estados Membros, a OMS trabalha com todas as autoridades de saúde que estão enfrentando a atual pandemia do coronavírus, incluindo especialistas em saúde de Taiwan.