Washington, D.C., 4 de outubro de 2024 (OPAS) – O 61º Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) foi concluído hoje, marcando um caminho claro para o futuro da saúde nas Américas. Ao longo de cinco dias, representantes de alto nível de países e territórios debateram, acordaram e se comprometeram a enfrentar desafios cruciais que afetam a saúde e o desenvolvimento na região.
Em seu discurso de encerramento, o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, destacou que foram discutidos 46 itens da agenda, cinco relatórios finais e três relatórios de progresso foram revisados, e 14 resoluções foram aprovadas. "Durante esta semana, resoluções vitais foram debatidas e aprovadas", abrangendo desde uma política sobre mudança climática e saúde até uma estratégia para o fortalecimento dos sistemas de saúde.
Outras resoluções aprovadas incluem estratégias e planos para enfrentar questões como a sepse e ações para fortalecer o controle do tabaco, um produto nocivo cuja indústria atualmente visa os jovens por meio de cigarros eletrônicos.
Também foi aprovado um plano para fortalecer os sistemas de informação em saúde, uma estratégia para melhorar os cuidados cirúrgicos, de emergência e intensivos, uma política para responder à crescente demanda por cuidados de longo prazo, e uma estratégia de inteligência epidemiológica para ajudar os países a detectar ameaças precocemente, conter surtos e salvar vidas.
Os delegados também aprovaram incentivos para aumentar a produção regional de vacinas, medicamentos e outras tecnologias essenciais por meio dos Fundos Rotatórios Regionais da OPAS, a fim de enfrentar a alta dependência da região na importação desses produtos, uma fraqueza destacada durante a pandemia de COVID-19 e que a Organização busca reverter.
Além disso, foi apresentado um roteiro para o desenvolvimento do Plano Estratégico 2026-2031, que definirá o rumo da cooperação técnica em saúde para o próximo período.
Câncer de colo do útero, telessaúde e eliminação de doenças
As autoridades de saúde participaram de sessões sobre questões-chave, como a eliminação do câncer de colo do útero, onde foram discutidas ferramentas como o teste de HPV, vacinas e tratamentos de ablação, que podem salvar a vida de mais de 40 mil mulheres por ano nas Américas.
O telessaúde também foi abordado, com a promessa de reduzir lacunas no acesso aos cuidados médicos e promover a equidade em saúde. “A OPAS desenvolveu kits de telemedicina para ajudar os Estados Membros a implementar e expandir seus sistemas de telemedicina como uma forma de fortalecer a atenção primária à saúde”, afirmou o diretor da OPAS.
A Iniciativa de Eliminação da OPAS foi outro tema central, destacando o acesso equitativo a soluções inovadoras e tecnologias avançadas para acelerar o progresso e erradicar mais de 30 doenças transmissíveis e condições relacionadas até 2030. O Brasil recebeu um certificado da Organização Mundial da Saúde (OMS) por ter eliminado a filariose linfática (elefantíase) como um problema de saúde pública. Outros três países nas Américas ainda são endêmicos e estão trabalhando para alcançar essa meta.
No contexto do futuro acordo pandêmico, foram discutidos artigos-chave e suas implicações nos níveis global e regional. Também houve uma sessão sobre a rodada de investimentos da OMS, na qual as contribuições dos países das Américas foram reconhecidas como cruciais para a sustentabilidade da organização.
O médico haitiano Jean-Patrick Alfred foi premiado por sua liderança no desenvolvimento de iniciativas políticas essenciais, especialmente o plano de saúde do Haiti de 2012-2022, cuja abordagem de atenção primária ajudou a fortalecer o sistema de saúde, tornando-o mais resiliente e centrado nas pessoas.
Ao encerrar a reunião, Jarbas Barbosa pediu a todos os participantes que reafirmassem seu compromisso com os valores de equidade, excelência, solidariedade, respeito e integridade. “Todos concordamos que, embora continuemos a construir com base em nossos sucessos coletivos, ainda há muito a ser feito para enfrentar os desafios persistentes”, concluiu.