3 de abril de 2018 – O governo do Brasil lançou nesta terça-feira (3/4) a Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa. A elaboração da iniciativa, que busca alcançar o envelhecimento ativo, saudável, cidadão e sustentável para todos os brasileiros, contou com a colaboração da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS).
Entre as diretrizes da estratégia estão a observância das dimensões de avaliação de comunidades e cidades conforme metodologia da OMS adaptada às particularidades da realidade brasileira; a execução municipal orientada pelo Governo Federal do Brasil e pela OPAS e avaliada pelo Estado; e a participação dos Conselhos Municipais dos Direitos da Pessoa Idosa, inclusive em validações.
A iniciativa terá como prioridades o combate à violência e ao abuso financeiro, psicológico ou físico contra o idoso, bem como a adaptação de residências para essa população, atividades formativas, medidas de prevenção de quedas e cuidados em saúde; entre outras.
Na Estratégia, o Brasil atende às recomendações da OMS para avaliação e desenvolvimento dos Planos de Ação voltados à adaptação das cidades às necessidades dos idosos. Ao todo oito domínios da vida urbana podem influenciar na saúde e na qualidade de vida dessa população:
- Espaços ao ar livre e edifícios;
- Transportes;
- Habitação;
- Participação social;
- Respeito e integração social;
- Participação cívica e emprego;
- Comunicação e informação;
- Apoio da comunidade e serviços de saúde.
Além dessas, mais uma dimensão foi oferecida para que os municípios brasileiros tenham flexibilidade ao inserir ações que considerem não contempladas nas oito dimensões: “Escolhas Locais”.
Envelhecimento ativo
O número de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos vai mais que dobrar no mundo em 2050, passando de 900 milhões em 2015 para cerca de 2 bilhões. Por isso, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) acredita ser importante que os idosos de hoje e os do futuro possam envelhecer de maneira saudável e ativa. Ou seja, que a idade avançada não impeça as pessoas de ser e fazer o que querem ou valorizam.
Situações de abuso
Um estudo apoiado pela OMS e publicado em 2017 na Lancet Global Health mostrou que um em cada seis idosos sofre alguma forma de abuso. Esse número é maior do que o estimado anteriormente e a previsão é de que aumente à medida que as populações envelhecerem em todo o mundo.
A pesquisa descobriu que quase 16% das pessoas com 60 anos ou mais foram submetidas a abusos psicológicos (11,6%), abusos financeiros (6,8%), negligência (4,2%), abusos físicos (2,6%) ou abusos sexuais (0,9%). A pesquisa se baseia nas melhores evidências disponíveis de 52 estudos em 28 países de diferentes regiões, incluindo 12 países de baixa e média renda.