Brasil lança nova campanha de incentivo à amamentação

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27 de julho de 2018 – O Ministério da Saúde do Brasil lançou nesta sexta-feira (27) a nova campanha de incentivo à amamentação. O evento, feito em alusão à Semana Mundial da Amamentação (1° a 7 de agosto), reforça a importância do leite materno para o desenvolvimento das crianças até dois anos e de forma exclusiva até os seis meses de vida, conforme preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Durante a cerimônia de lançamento, o representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, Joaquín Molina, ressaltou que o leite materno funciona como a primeira vacina de um bebê, porque o protege de doenças potencialmente mortais e dá a ele todo o alimento que precisa para sobreviver e prosperar.

“O leite materno é um recurso natural capaz de preservar e melhorar a saúde, combater a pobreza e as desigualdades, melhorar a produtividade no trabalho, empoderar as mulheres e proteger a biodiversidade. Porém, mesmo com todos esses benefícios nós ainda estamos longe de ter um ambiente ideal para a amamentação”, afirmou Molina.

Na região das Américas, por exemplo, pouco mais da metade (54%) das crianças começam a ser amamentadas na primeira hora de vida. Esse índice cai para apenas 38% no caso daquelas que até os 6 meses de idade são alimentadas exclusivamente com o leite da mãe. E só 32% continuam sendo amamentadas até os dois 2 anos de idade.

“É muito pouco. Nós precisamos mudar esse cenário. Afinal, a amamentação é um dos pilares da vida. Faz tão bem à saúde que é considerada essencial para alcançarmos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, dos quais o Brasil e outros 192 países são signatários”, disse o representante da OPAS/OMS no país.

Para o ministro da Saúde do Brasil, Gilberto Occhi, é preciso incentivar a amamentação e a doação de leite. “Quanto mais tempo as crianças são amamentadas, mais elas adquirem resistência às doenças. A mulher que amamenta tem benefícios para sua saúde. Peço que as mães, além de amamentar, que também doem leite”, destacou.

A atriz Sheron Menezzes e o seu marido Saulo Bernard são os padrinhos da campanha do Ministério da Saúde, que reforça a importância do leite materno para o desenvolvimento e a proteção da criança até os dois primeiros anos de vida ou mais. “Amamentação é um assunto que precisa ser levado muito a sério. Eu amamentei até o sexto mês de forma exclusiva e pretendo continuar até os dois anos. A mulher não precisa ter vergonha de amamentar, pois além de ser importante para a formação do bebê é um ato de amor”, destacou Sharon.

Recomendações

A OPAS/OMS recomenda que os bebês sejam alimentados exclusivamente pelo leite da mãe até os seis meses e que a amamentação continue acontecendo, junto com outros alimentos, por até dois anos ou mais.

O aumento do aleitamento materno para níveis quase universais poderia salvar a vida de mais de 820 mil crianças com menos de cinco anos de idade e 20 mil mulheres a cada ano. Poderia também adicionar um valor estimado de US$ 300 bilhões por ano na economia global, com base na melhoria de capacidade cognitiva se cada criança fosse amamentada até pelo menos seis meses de idade e no aumento do que ele poderia produzir ao longo da vida. Além disso, aumentar as taxas de aleitamento materno reduziria significativamente os custos das famílias e dos governos no tratamento de enfermidades infantis como pneumonia, diarreia e asma.

Dez passos

Em abril de 2018, a OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) publicaram novas orientações, com dez passos para aumentar o apoio ao aleitamento materno nas unidades de saúde que prestam serviços de maternidade e para recém-nascidos.

A publicação Ten Steps to Successful Breastfeeding (“Dez passos para o sucesso do aleitamento materno”, em português) sustenta a Iniciativa Hospital Amigo da Criança, lançada em 1991 pela OMS e UNICEF. Essas orientações práticas incentivam novas mães a amamentarem e informa os profissionais de saúde sobre a melhor forma de apoiar o aleitamento materno.

Crédito da segunda foto: Rodrigo Nunes/MS