OPAS comemora conquista da região da África na eliminação do poliovírus selvagem

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25 de agosto de 2020 – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) comemora nesta terça-feira (25) a certificação de que 47 países da região africana da Organização Mundial da Saúde (OMS) já estão livres da poliomielite, após quatro anos sem nenhum caso. Com essa conquista, cinco das seis regiões da OMS têm sua certificação de livre da pólio selvagem.

“Nas Américas, compartilhamos a alegria de milhares de profissionais de saúde, tomadores de decisão e parceiros estratégicos que contribuíram para a eliminação da pólio na África, uma grande conquista”, disse a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne. “Mais uma vez, as evidências científicas, a colaboração internacional e o trabalho árduo no terreno conseguiram derrotar uma doença para o benefício de toda a humanidade”.

As Américas foram a primeira região da OMS a ser certificada como livre da pólio em 1994. O último caso relatado de poliovírus selvagem nas Américas foi em 1991.

“Acabar com o vírus selvagem da poliomielite na África é uma das maiores conquistas de saúde pública de nosso tempo e é uma inspiração poderosa para todos nós terminarmos o trabalho de erradicação da poliomielite no mundo”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Os recursos e conhecimentos usados para eliminar a poliomielite selvagem contribuíram significativamente para a saúde pública e os sistemas de resposta a surtos na África e países ao redor do mundo. O programa da poliomielite oferece benefícios de saúde de longo alcance às comunidades locais, desde o apoio à resposta dos países à COVID-19 até o fortalecimento da vacinação de rotina contra outras doenças evitáveis por vacinas.

Américas: abrindo caminho para erradicar a pólio

Como a primeira região da OMS a eliminar a pólio, a Região das Américas ajudou a pavimentar o caminho para a erradicação global da pólio. As lições aprendidas nas Américas sobre vigilância epidemiológica e iniciativas voltadas para a sustentabilidade dos programas de imunização por meio do Fundo Rotatório para Vacinas da OPAS foram compartilhadas com programas de imunização em todo o mundo.

Entre os principais elementos para alcançar a eliminação da poliomielite nas Américas, estiveram o compromisso político de governos, envolvimento da comunidade, forte colaboração de agências governamentais e internacionais e da Rotary Internacional, coordenação entre agências em cada país e gestão adequada dos recursos disponíveis.

Desde então, a OPAS continuou a trabalhar com seus Estados Membros para promover o acesso universal às vacinas, fortalecer os programas nacionais de imunização, promover o intercâmbio técnico entre os países e documentar boas práticas para compartilhar com outras regiões do mundo.

A Região das Américas também compartilhou suas experiências na realização de campanhas de vacinação em situações adversas, emergências ou após desastres naturais, inclusive durante conflitos armados e guerras civis.

Ao negociar o cessar-fogo e estabelecer “dias de tranquilidade” no plano “Saúde como ponte para a paz” na América Central e no Panamá – parte do processo de paz de Esquipulas – e ao trazer vacinação e outros serviços de saúde essenciais para populações vulneráveis, mesmo em zonas de conflito, a região das Américas demonstrou que a imunização é um bem comum que pode ajudar a superar os principais obstáculos no caminho para a erradicação.

Reta final

Embora o poliovírus selvagem já esteja fora das Américas há 29 anos, a região ainda não pode baixar a guarda, alertaram os especialistas da OPAS. A queda nas taxas de cobertura de vacinação e o fato de que o poliovírus selvagem continua a circular no Afeganistão e no Paquistão significa que a poliomielite continua a ser um risco para crianças em todo o mundo.

A pandemia de COVID-19 criou barreiras adicionais para os programas de imunização, levando a OPAS a enfatizar a importância de manter a imunização como um serviço essencial no contexto da pandemia. Desde o início da pandemia, a OPAS tem pedido aos países que continuem a vacinar e realizar a vigilância epidemiológica das doenças evitáveis por vacinação.

“Em breve, todos os países do mundo enfrentarão um novo desafio: quando tivermos uma vacina, a aplicação do legado de erradicação da pólio será fundamental durante as campanhas de vacinação contra a COVID-19”, disse Etienne. “As vacinas representam uma esperança, uma forma de fazer o bem e um direito para todos os cidadãos do mundo. Devemos continuar promovendo vigorosamente a vacinação”, concluiu.