Brasilia, D.F., Brasil, 25 de abril de 2020 – Em um ano, o Brasil conseguiu reduzir em 23,8% o número de casos de malária, passando 193.837 em 2018 para 156.629 em 2019. Neste ano, o país vem mantendo a redução, com uma queda, de janeiro a fevereiro, de 21,3% em relação ao mesmo período de 2019 – saindo de 24.115 para 19.878. Por isso, neste 25 de abril, Dia Mundial de Luta Contra a Malária, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) reforça a importância de o Brasil continuar os esforços de combate à doença, de forma sustentável.
Além disso, o organismo internacional destaca a necessidade de proteger os trabalhadores de saúde durante a pandemia de COVID-19, para que sejam mantidos os progressos já atingidos na luta global contra a malária. É muito importante também que os serviços de saúde garantam o diagnóstico e tratamento adequados dos pacientes, bem como as principais medidas de prevenção da malária – como uso de mosquiteiros impregnados com inseticidas de longa duração (MILDs) e a Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI), estratégias importantes para reduzir a tensão nos sistemas de saúde.
A malária é uma doença endêmica que, a cada ano, afeta cerca de 230 milhões de pessoas e mata aproximadamente 430 mil no mundo. A carga e os óbitos podem ser reduzidos através da liderança e ação coletiva dos países e territórios. Entre 2000 e 2014, o número de mortes relacionadas à malária caiu 40% no mundo, de cerca de 743 mil para 446 mil. Entretanto, nos últimos anos, o progresso nessas reduções parou.
De acordo com o Relatório Mundial da Malária 2019, da Organização Mundial da Saúde (OMS), não houve ganhos globais na diminuição de novas infecções por malária de 2014 a 2018 e praticamente não houve redução nos óbitos por malária em 2018 quando comparado ao ano anterior.
Uma das iniciativas da OMS para melhorar esse cenário foi a união neste ano com a Parceria RBM para Eliminar a Malária, promovendo a campanha “Zero malária começa comigo”. O objetivo é manter as ações em uma agenda política, com mobilização de recursos adicionais e empoderamento das comunidades para a prevenção e cuidados contra a doença.
Nas Américas, em 2018 o Paraguai recebeu o certificado de país livre da malária. Em 2019, foi a vez da Argentina e, neste ano, El Salvador completa 3 anos sem transmissão local da doença, indo na direção da certificação. Belize está no caminho para receber a certificação em 2022.
COVID-19 e malária
À medida que a COVID-19 se espalha rapidamente pelo mundo, há uma necessidade urgente de combater agressivamente o novo coronavírus, garantindo que outras doenças fatais, como a malária, não sejam negligenciadas. A OPAS e a OMS instam os países a garantir a continuidade dos serviços de malária no contexto da pandemia, desde que sejam seguidas as melhores práticas para proteger os trabalhadores e as comunidades de saúde.