Etienne também alertou sobre uma “crise de saúde mental” nas Américas devido à pandemia COVID-19
Washington, DC, 18 de agosto de 2021 (OPAS) – A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, informou que, após o terremoto, unidades de saúde em três departamentos no Haiti estão sobrecarregadas e pediu à comunidade internacional que ajude a atender a “imensa” necessidade do país de profissionais médicos, suprimentos, equipamentos e transporte de pacientes.
“No total, 24 unidades de saúde sofreram danos, principalmente no primeiro nível de atendimento”, afirmou Etienne na coletiva de imprensa semanal da OPAS. “Em Grand’Anse, três centros de saúde foram destruídos e dois danificados. Em Nippes, descobrimos que uma unidade de saúde foi destruída e quatro danificadas, e no Departamento de Sud, 14 unidades de saúde foram danificadas.”
“Nossa equipe está sendo enviada para os departamentos Grand’Anse e Nippes para apoiar o restabelecimento dos serviços de saúde em níveis departamentais”, disse a diretora da OPAS, referindo-se às áreas próximas ao epicentro do terremoto de magnitude 7,2.
Além de apoiar o Ministério da Saúde e População do Haiti, a OPAS entregou medicamentos essenciais e outros suprimentos médicos e cirúrgicos para distribuição às instituições de saúde necessitadas.
Etienne pediu à comunidade global que atenda às “necessidades urgentes de saúde” identificadas pelo Ministério da Saúde. “O que precisamos é de profissionais de saúde, suprimentos e equipamentos para tratar pacientes com traumas, lesões, doenças agudas, doenças crônicas e problemas mentais”, ressaltou. “Há uma necessidade urgente de restaurar os serviços de saúde principalmente nas áreas mais afetadas e de garantir água e saneamento adequados para prevenir o aumento de doenças diarreicas, respiratórias e de pele.”
“Nossos corações estão com o povo do Haiti e tenham a certeza de que estamos fazendo todo o possível para ajudar os haitianos nestes tempos difíceis e duros”, continuou a diretora da OPAS. “Nossa prioridade é apoiar a operação dos serviços de saúde e ajudar a salvar a vida das pessoas.”
Etienne também enviou suas condolências à família e entes queridos do consultor internacional da OPAS e especialista em emergências de saúde pública, Ousmane Touré, que apoiava a resposta da organização à COVID-19 no Haiti desde julho.
“A perda do Dr. Touré é emblemática dos perigos que os profissionais de saúde enfrentam e os sacrifícios extraordinários que fizeram durante esta pandemia”, disse Etienne.
Voltando-se à pandemia de COVID-19, a diretora da OPAS destacou que dados coletados recentemente revelam uma “crise de saúde mental” nas Américas. Mais pessoas estão sofrendo com problemas de saúde mental substancialmente adicionais em um momento em que os serviços para elas também são interrompidos por causa da propagação da doença.
“Hoje enfrentamos uma crise de saúde mental que, se não for tratada, terá graves consequências”, alertou Etienne. “Isso não só piorará a carga de saúde mental em nossa região, mas também prolongará o impacto da pandemia.”
A diretora da OPAS pediu que os países aumentem o investimento em programas de saúde mental e chamou a atenção para três países - Chile, Trinidad e Tobago e Costa Rica - que estão fazendo isso com sucesso.
Etienne informou que, semana passada, houve 1,4 milhão de casos de COVID-19 e quase 20 mil mortes pela doença nas Américas.
Na América do Sul, a maioria dos países está enfrentando declínio de casos. No Brasil, a ocupação hospitalar é inferior a 80% em todos os estados pela primeira vez desde novembro. Mas em outros lugares, os casos estão aumentando. Alimentadas pela variante Delta, as infecções por COVID-19 estão acelerando na América do Norte. “No México, mais de dois terços dos estados foram considerados de risco ‘alto’ ou ‘crítico’, pois os hospitais estão lotados de pacientes com COVID-19.”
Tanto os casos quanto as mortes estão aumentando na América Central, principalmente na Costa Rica e em Belize. As infecções e mortes estão crescendo em todo o Caribe, incluindo em Cuba, Dominica, Guadalupe, Jamaica, Martinica e Porto Rico, onde os casos aumentaram 49% e as mortes aumentaram 70%. Em Trinidad e Tobago, as mortes semanais continuaram aumentando.