Brasília, 14 de abril de 2023 – No Dia Mundial de Combate à Doença de Chagas, o Ministério da Saúde do Brasil realizou um evento alusivo à data e lançou a campanha “Um amanhã sem Chagas” com o objetivo de fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e reforçar as políticas de cuidado integral e prevenção contra a doença. A atividade ocorreu no auditório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em Brasília, Brasil.
Em mensagem em vídeo, a ministra da Saúde do país, Nísia Trindade, destacou que doenças como Chagas afetam tradicionalmente os mais vulneráveis e, por isso, ela deve ser enfrentada também como “um problema de populações que são negligenciadas” e não somente como uma doença negligenciada.
Para isso, a campanha do Brasil vai atuar com foco na eliminação da transmissão materno infantil e na melhoria do acesso e do cuidado integral para as pessoas que convivem com a doença no país. “Hoje, no Ministério da Saúde, nos unimos aos esforços internacionais de controle e eliminação da doença de forma colaborativa e solidária”, destacou a Ministra.
A campanha do Brasil está alinhada com a campanha lançada pela OPAS e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2023 que tem como tema: “É hora de integrar o cuidado para a doença de chagas na Atenção Primária à Saúde”.
Também em vídeo apresentado no evento, o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, destacou que, embora pouco conhecida, a doença de Chagas afeta milhões de pessoas no mundo e, por isso, é fundamental que “os governos, pessoal de saúde e trabalhadores comunitários façam esforços adicionais para trabalhar em conjunto e concentrar a atenção nas populações mais vulneráveis”.
Chagas: uma doença que tem cura
A doença de Chagas afeta mais de 6 milhões de pessoas no mundo, sendo a maioria delas habitantes da América Latina – onde 70 milhões vivem em áreas de maior risco para contraí-la e onde a cada ano são registrados 30 mil novos casos e 10 mil mortes por essa enfermidade.
Presente na mesa de abertura, a representante da OPAS e da OMS no Brasil, Socorro Gross, destacou que “para eliminarmos uma doença como a de Chagas precisamos pensar nela, ter diagnósticos feitos no primeiro nível de atenção, melhorar os sistemas de informação e impedir que mais crianças nasçam com uma doença que é possível evitar, terminando com a transmissão vertical”.
Socorro também reforçou a importância da união de esforços e do fortalecimento de capacidades para eliminar a doença de Chagas como um problema de saúde pública.
“Essa é uma doença que se move com as pessoas e nós nos movemos muito, a globalização tem a ver com pessoas, os vetores vão e vem e, por isso, precisamos unir forças para chegar nas pessoas que estão invisíveis na região das Américas e no mundo todo”, concluiu.
Chagas é uma doença parasitária potencialmente fatal causada pelo microorganismo Trypanosoma cruzi. É transmitida aos seres humanos por insetos (conhecidos como barbeiros), transfusão de sangue, transplante de órgãos, consumo de alimentos contaminados ou durante a gravidez e o parto.
Também participaram da mesa de abertura Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde; Wilames Freire, presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems); Eliana Maria Dourado, responsável técnica de atenção à saúde do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass); Roberto Portela, conselheiro do Conselho Nacional de Saúde (CNS); Pedro Albajar Viñas, diretor médico do departamento de Controle de Doenças Tropicais Negligenciadas da OMS; e Elvira Hernández, presidente da Federação Internacional de Associações de Pessoas Afetadas pela Doença de Chagas (FINDECHAGAS).
Fotos: SVSA/MS