Brasília, 12 de março de 2024 – Para aperfeiçoar os sistemas de dados rodoviários e prevenir lesões e mortes no trânsito no Brasil, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) e o Programa de Pós-Graduação em Transporte da Universidade de Brasília (UnB) lançaram nesta segunda-feira (11/03) uma iniciativa para integrar e qualificar ações nesse setores.
Intitulado “Aprimorando o Sistema de Dados Rodoviários para Prevenção de Sinistros no Brasil”, o projeto conta com financiamento do Fundo das Nações Unidas para a Segurança Viária (UNRSF, na sigla em inglês).
Para Jefferson Almeida, coordenador-geral de Segurança Viária da PRF, a iniciativa busca a visão zero, conceito que reconhece a segurança no trânsito como resultado da inter-relação de diversos componentes e variáveis, como leis, regulamentos, usos do solo, infraestrutura, veículos e usuários da via. “Precisamos fazer a fiscalização, mas também apontar o problema, as sugestões de melhoria, para melhorar as rodovias e reduzir a sinistralidade”, pontuou.
“O projeto, além de fortalecer a integração entre instituições que atuam na segurança rodoviária do Brasil, permitirá qualificar a informação para subsidiar intervenções eficazes e em tempo oportuno, com ações baseadas em evidências”, afirmou Victor Pavarino, oficial em segurança viária e lesões não intencionais do escritório da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil.
Em mensagem gravada em vídeo, Veronique Rondeau, oficial de programa do UNRSF, avaliou que a abordagem baseada em dados, somada à dedicação das instituições parceiras, reduzirá significativamente os acidentes nas rodovias federais brasileiras. “Este projeto é apenas o começo. Que ele abra caminho para um futuro no qual as rodovias brasileiras não sejam apenas uma rede de transporte vital, mas também um espaço seguro para todos os usuários das vias”.
Daniel Mariz Tavares, diretor substituto do Departamento de Segurança no Trânsito da Senatran, destacou a importância das ações integradas. “Não basta coletar o dado. Precisamos entender por que os sinistros ocorrem, onde ocorrem, fazer o diagnóstico correto, propor os tratamentos corretos e monitorar se essas soluções estão tendo os efeitos necessários”, enumerou.
Na mesma linha, o coordenador-geral de Operações Rodoviárias do DNIT, Leonardo Silva Rodrigues, ressaltou a necessidade da coleta de informações e trabalho conjunto para reduzir a morbimortalidade no trânsito. “Quanto mais enriquecida for a base de dados, mais assertivos nós seremos nas contramedidas e resultados mais satisfatórios nós vamos alcançar”, avaliou.
O chefe de gabinete da Reitoria da UnB, Paulo Cesar Marques, disse que é “uma satisfação muito grande integrar essa equipe”, citando que o projeto é um exemplo de como, além da produção e estruturação do conhecimento, a universidade pode contribuir com a solução de problemas do país e da humanidade.
De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde do Brasil, o país registrou 33.894 óbitos em 2022. Além das vidas perdidas, as lesões no trânsito levam a ferimentos graves e sequelas, causando sofrimento, provocando desabilidades, onerando os serviços de saúde e gerando perda de produtividade.
Por isso, fortalecer a segurança viária, sob a perspectiva da saúde, é uma das prioridades da OPAS. A Organização tem cooperado tecnicamente com o Brasil e outros países e territórios das Américas na formulação de políticas para redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito, aprimoramento da legislação e promoção da mobilidade sustentável.
Karina Zambrana/OPAS/OMS
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