10 de janeiro de 2018 – A ONU Meio Ambiente e a Organização Mundial da Saúde (OMS) concordaram em realizar uma nova e abrangente colaboração para acelerar as ações de contenção dos riscos ambientais para a saúde, que causam cerca de 12,6 milhões de mortes a cada ano.
Nesta quarta-feira (10), em Nairóbi, Erik Solheim, diretor da ONU Meio Ambiente, e Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, assinaram um acordo para intensificar as ações conjuntas de combate à poluição do ar, às mudanças climáticas e à resistência antimicrobiana, bem como melhorar a coordenação em gestão de resíduos e produtos químicos, qualidade da água e problemas de alimentação e nutrição. A colaboração também inclui a gestão conjunta da campanha BreatheLife, que pretende reduzir a poluição do ar para múltiplos benefícios climáticos, ambientais e de saúde.
Isso representa um acordo formal mais significativo sobre a ação conjunta em todo o espectro de questões ambientais e de saúde em mais de 15 anos. "Há uma necessidade urgente de que nossas agências trabalhem cada vez mais juntas para enfrentar as ameaças críticas para sustentabilidade ambiental e clima – alicerces para a vida neste planeta. Esse novo acordo reconhece essa sóbria realidade", disse Solheim.
"Nossa saúde está diretamente relacionada à saúde do ambiente em que vivemos. Em conjunto, os riscos de ar, água e químicos matam mais de 12,6 milhões de pessoas por ano. Isso não pode continuar", afirmou Tedros. O diretor-geral da OMS acrescentou: "A maioria dessas mortes ocorre em países em desenvolvimento na Ásia, África e América Latina, onde a poluição ambiental apresenta sua maior carga de saúde".
A nova colaboração cria um quadro mais sistemático para pesquisa conjunta, desenvolvimento de ferramentas e orientação, capacitação, monitoramento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, parcerias globais e regionais e apoio aos fóruns regionais de saúde e meio ambiente.
As duas agências desenvolverão um programa de trabalho conjunto e realizarão reuniões anuais de alto nível para avaliar o progresso e formular recomendações para a colaboração contínua.
A colaboração entre a OMS e a ONU Meio Ambiente segue a Declaração Ministerial sobre Saúde, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, que solicitou a criação da Coalizão "Saúde, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas", na COP 22 da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), do Marrocos, em 2016.
Em dezembro de 2017, com o tema "Por um planeta sem poluição", a Assembleia do Meio Ambiente das Nações Unidas, que convoca ministros do meio ambiente de todo o mundo, adotou uma resolução sobre meio ambiente e saúde, pediu parcerias abrangentes entre agências e parceiros relevantes das Nações Unidas e para um plano de implementação para combater a poluição.
Nota aos editores
Entre as áreas prioritárias de cooperação entre a OMS e a ONU Meio Ambiente, estão:
- Qualidade do ar – Monitoramento mais eficaz da qualidade do ar, incluindo orientação para os países em procedimentos operacionais padrão; avaliações mais precisas sobre ambiente e saúde, também com avaliação econômica; e advocacy, como exemplifica a campanha BreatheLife, promovendo reduções na poluição do ar para benefícios climáticos e para a saúde.
- Clima – Combater as doenças transmitidas por vetores e outros riscos para a saúde relacionados ao clima, inclusive por meio de uma melhor avaliação dos benefícios para a saúde decorrentes de estratégias de mitigação climática e adaptação.
- Água – Garantir um monitoramento efetivo dos dados sobre a qualidade da água, até mesmo por meio do compartilhamento de dados e análise colaborativa de riscos de poluição para a saúde.
- Resíduos e produtos químicos – Promoção de uma gestão mais sustentável de resíduos e produtos químicos, particularmente em relação aos pesticidas, fertilizantes e uso de antimicrobianos. A colaboração visa avançar rumo ao objetivo de uma boa gestão dos produtos químicos para o ciclo de vida até 2020, estabelecido na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável de 2012.