A malária continua a ser uma das principais causas de morte e doença na maior parte das regiões tropicais do mundo, sendo endémica em 106 países. Em 2010, cerca de 81% dos 216 milhões de casos de malária ocorreram em África e cerca de 13% no sudeste asiático 1 . A maior proporção (91%) das 665 000 mortes anuais que se estima serem provocadas por malária ocorre em África, afetando, principalmente, crianças com menos de cinco anos de idade (86%). Na região das Américas, em 2010, foram registados mais de 670 000 casos de malária e reportados 133 óbitos atribuídos a esta doença. A transmissão da doença está ativa em 21 países, colocando cerca de 20% da população das Américas em risco. A malária impõe ainda graves constrangimentos ao desenvolvimento económico, sendo uma importante causa de pobreza na maioria dos países onde é endémica.
Objetivo do manual
Um curso de formação de dois níveis foi desenvolvido para técnicos de entomologia, visando apoiar o fortalecimento de competências essenciais para a monitorização e vigilância entomológica em países endémicos.
Este manual destina-se a apoiar o nível básico (nível-1) do curso de entomologia, abrangendo:
1. O ciclo de vida, a bioecologia e comportamento dos mosquitos
2. Amostragem de larvas e adultos, identificação de mosquitos e incriminação de vetores de malária
3. Principais índices de transmissão de malária e o seu significado
4. O controlo de vetores de malária e as principais intervenções atuais
5. O papel da entomologia no controlo de vetores
6. Princípios básicos da criação de mosquitos no laboratório
7. Testes de suscetibilidade de mosquitos e eficácia residual dos inseticidas usados no controlo de vetores.
Este manual descreve os elementos básicos que são fundamentais para atingir os objetivos de ensino, em cada área temática. No entanto, é previsto que o curso de formação proporcione oportunidades alargadas para trabalho de campo, de modo a garantir uma experiência completa de aprendizagem e consolidar competências práticas. As metodologias de ensino compreendem um formato participativo, em que os alunos são encorajados a desenvolver os conteúdos por si próprios e em grupo. Um modelo de currículo e calendário para o curso básico de técnicos de entomologia é apresentado no Anexo I.
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