Os resultados de pesquisas realizadas em 9 países da região revelam que as maiores prevalências de cegueira e deficiência visual ocorrem nas áreas rurais e periféricas.
O ônus da cegueira não é distribuído de maneira uniforme na América Latina e no Caribe. Em muitos países, estima-se que, para cada milhão de habitantes, haja 5.000 cegos e 20.000 deficientes visuais. Pelo menos dois terços destes casos são devidos a causas tratáveis como catarata, defeitos refrativos, retinopatia diabética, cegueira infantil, glaucoma, oncocercose e tracoma.
A CID-11 (2018) classifica a deficiência visual em dois grupos, de acordo com o tipo de visão: para longe e para perto.
Deficiência da visão para longe:
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Leve: acuidade visual inferior a 6/12
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Moderada: acuidade visual inferior a 6/18
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Grave: acuidade visual inferior a 6/60
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Cegueira: acuidade visual inferior a 3/60
Deficiência da visão para perto:
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Acuidade visual para perto inferior a N6 ou N8 a 40 cm com correção.
A experiência individual da baixa visão varia devido a muitos fatores diferentes, incluindo a disponibilidade de intervenções de prevenção e tratamento, o acesso à reabilitação visual (incluindo produtos assistivos como óculos ou bengalas brancas) e a acessibilidade de edifícios, meios de transporte e meios de informação.
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Globalmente, estima-se que aproximadamente 1.3 bilhão de pessoas vivam com alguma forma de deficiência visual.
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Em relação à visão para longe, 188.5 milhões de pessoas têm deficiência visual moderada, 217 milhões têm deficiência visual moderada a grave e 36 milhões são cegas (1).
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Em nível mundial, as principais causas de deficiência visual são os erros de refração não corrigidos e a catarata.
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A maioria das pessoas com baixa visão tem mais de 50 anos.
A cegueira e a deficiência visual podem ser evitadas em cerca de 80% dos casos. É quase quatro vezes mais comum em pessoas pobres e analfabetas que vivem em áreas periféricas e rurais do que em bairros ricos. Para reduzir a cegueira e a deficiência visual, é preciso aumentar o acesso aos serviços de atenção oftalmológica, fortalecendo os serviços públicos nas áreas mais pobres de cada país. O acesso a cuidados com a visão pode reduzir a deficiência visual e os erros de refração ao longo do curso da vida.
A OPAS apoia os governos no desenvolvimento de normas, políticas e diretrizes para o atendimento oftalmológico e planos para fortalecer os sistemas de atendimento oftalmológico. Por meio de seu programa regional de prevenção da cegueira, vem gerando dados epidemiológicos de base populacional e evidências sobre as desigualdades nos sistemas e serviços de saúde. Considerando que as evidências mostram que a cegueira e a deficiência visual grave afetam mais os segmentos pobres e rurais da população, a OPAS oferece cooperação técnica e apoio no planejamento, fortalecimento, monitoramento e avaliação dos serviços oftalmológicos públicos para reduzir as desigualdades na prestação de serviços.