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HIV/aids

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Desde o início da epidemia de infecções por HIV, as Américas têm contribuído para a resposta global com ações baseadas em um enfoque de saúde pública e direitos humanos. Em setembro de 2016, os países membros da Organização Pan-Americana da Saúde aprovaram o Plano de Ação para a prevenção e controle da infecção pelo HIV e infecções sexualmente transmissíveis 2016-2021. O objetivo é promover uma resposta acelerada, focada, mais eficaz, inovadora e sustentável, preparando o caminho para a meta de acabar com a epidemia de aids e infecções sexualmente transmissíveis como problemas de saúde pública na Região das Américas até 2030.

Principais fatos

Américas

  • Estima-se que o número de novos casos de HIV na América Latina tenha aumentado 21% desde 2010, com aproximadamente 120 mil novas pessoas infectadas em 2019. O Caribe teve uma redução de 29% de 2010 a 2019, de cerca de 18 mil novos casos em 2010 para 13 mil por ano.
  • A epidemia de HIV na Região das Américas afeta desproporcionalmente alguns grupos populacionais chave, incluindo gays e homens que fazem sexo com homens (HSH), mulheres trans e trabalhadores(as) do sexo. Na América Latina, esses três grupos são responsáveis por aproximadamente metade das novas infecções em 2019 e 37% no Caribe.
  • Na América Latina, o número de pessoas com causas de morte relacionadas à aids diminuiu de 41 mil em 2010 para 37 mil em 2019, enquanto o Caribe teve uma redução de 11 mil para 6,9 mil no mesmo período.
  • Estima-se que 23% das pessoas com HIV na América Latina e no Caribe desconhecem sua infecção e aproximadamente um terço é diagnosticada tardiamente, com imunodeficiência avançada (menos de 200 CD4 por mm3 de sangue).
  • Em 2019, aproximadamente 1,3 milhão de pessoas vivendo com HIV estavam recebendo tratamento antirretroviral na América Latina e 210 mil no Caribe, representando 60% da cobertura entre todas as pessoas vivendo com HIV na América Latina e 63% no Caribe.
     

Mundo

  • O HIV continua sendo um grande problema de saúde pública mundial, com uma carga de mais de 33 milhões de mortes até o momento. No entanto, com o aumento do acesso à prevenção, diagnóstico, tratamento e cuidados eficazes, inclusive para infecções oportunistas, a infecção pelo HIV tornou-se uma condição de saúde crônica gerenciável, permitindo que as pessoas que vivem com vírus tenham uma vida longa e saudável.
  • Estima-se que existem 38 milhões de pessoas vivendo com HIV até o fim de 2019.
  • Como resultado dos esforços internacionais combinados para responder ao HIV, a cobertura dos serviços tem aumentado continuamente. Em 2019, 68% dos adultos e 53% das crianças vivendo com HIV em todo o mundo estavam recebendo terapia antirretroviral.
  • A maioria (85%) das mulheres grávidas e lactantes que vivem com HIV também recebeu a terapia antirretroviral, capaz não só de proteger sua saúde, mas garantir a prevenção da transmissão do HIV aos recém-nascidos.
  • Devido às lacunas nos serviços de HIV, 690 mil pessoas morreram de causas relacionadas ao HIV em 2019 e 1,7 milhão de pessoas foram infectadas.
  • A OMS define populações-chave como pessoas em populações que estão em maior risco de HIV em todos os países e regiões, incluindo homens que fazem sexo com homens; pessoas que usam drogas injetáveis; pessoas em presídios e outros ambientes fechados; trabalhadoras(es) do sexo e seus clientes; e pessoas trans.
  • O aumento da vulnerabilidade ao HIV está frequentemente associado a fatores legais e sociais, o que aumenta a exposição a situações de risco e cria barreiras para o acesso a serviços de prevenção, testagem e tratamento eficazes, de qualidade e acessíveis.
  • O HIV pode ser diagnosticado por meio de testes de diagnóstico rápido que podem fornecer resultados no mesmo dia. O teste rápido e os autotestes facilitaram muito o diagnóstico e a ligação com o tratamento e os cuidados.
  • Não há cura para a infecção pelo HIV. No entanto, medicamentos antirretrovirais eficazes podem controlar o vírus e ajudar a prevenir a transmissão para outras pessoas.
  • No final de 2019, cerca de 81% das pessoas que vivem com HIV sabiam de sua condição; 67% estavam recebendo terapia antirretroviral e 59% haviam atingido a supressão viral, sem risco de infectar outras pessoas.
  • No final de 2019, 25,4 milhões de pessoas acessavam a terapia antirretroviral.
  • Entre 2000 e 2019, as novas infecções pelo HIV caíram 39% e as mortes relacionadas ao HIV caíram 51%, com 15,3 milhões de vidas salvas graças à terapia antirretroviral. Essa conquista foi o resultado de grandes esforços dos programas nacionais de HIV apoiados pela sociedade civil e parceiros internacionais de desenvolvimento.

Folha informativa

 

O vírus da imunodeficiência humana (HIV, sigla em inglês) tem como alvo o sistema imunológico e enfraquece os sistemas de defesa das pessoas contra infecções e alguns tipos de câncer. Como o vírus destrói e prejudica a função das células imunes, os indivíduos vivendo com o vírus se tornam gradualmente imunodeficientes. A função imunológica é medida pela contagem de células CD4. A imunodeficiência resulta em um aumento da suscetibilidade a várias infecções e doenças que pessoas com um sistema imune saudável podem combater.  

A infecção pelo HIV é diferente da síndrome da imunodeficiência adquirida. O estágio mais avançado da infecção por HIV, no contexto de não utilização de medicamentos antirretrovirais, é a síndrome da imunodeficiência adquirida (aids, sigla em inglês), que pode demorar de dois a 15 anos para se manifestar, de acordo com o indivíduo. A aids é caracterizada pelo desenvolvimento de certos tipos de câncer, infecções ou outras manifestações clínicas graves.

 

Os sintomas do HIV variam dependendo da fase de infecção. Ainda que na maioria dos casos o maior potencial de infectividade seja alcançado nos primeiros meses, muitas vezes o indivíduo não sabe ser portador da doença até seus estágios mais avançados. Nas primeiras semanas após a infecção, algumas pessoas podem não manifestar sintomas. Entretanto, outras apresentam sintomas de uma síndrome gripal, incluindo febre, dor de cabeça, erupção cutânea e dor de garganta.

Como a infecção enfraquece progressivamente o sistema imunológico, um indivíduo pode desenvolver outros sinais e sintomas, tais como inchaço dos gânglios linfáticos, perda de peso, febre, diarreia e tosse. Sem tratamento, as pessoas também podem desenvolver doenças graves como tuberculose, meningite criptocócica e cânceres (linfomas e sarcoma de Kaposi, entre outros).

 

O HIV pode ser transmitido pelo contato com diversos fluidos corporais de indivíduos infectados, como sangue, leite materno, sêmen e secreções vaginais. Não é possível se infectar por meio de contatos cotidianos, como beijo, abraço, aperto de mãos ou compartilhamento de objetos pessoais, comida ou água.

 

Algumas práticas ou condições que podem aumentar a exposição ao HIV:

  • Práticas sexuais sem proteção;
  • Possuir alguma outra infecção de transmissão sexual, como sífilis, herpes, clamídia, gonorreia ou vaginose bacteriana;
  • Compartilhar agulhas ou seringas contaminadas, soluções de drogas e outros materiais para consumo de drogas injetáveis;
  • Receber injeções não seguras, transfusões de sangue e procedimentos médicos ou estéticos, que envolvam materiais não esterilizados;
  • Acidentar-se com agulhas contaminadas, principalmente no caso de profissionais de saúde.  

 

Testes sorológicos, como os testes rápidos e os testes imunoenzimáticos, detectam a presença ou ausência de anticorpos contra o HIV-1/2 e/ou antígeno p24 do vírus. Quando esses testes são utilizados no contexto de uma estratégia de acordo com um algoritmo, é possível detectar a infecção por HIV com alta precisão.  

A maioria dos indivíduos desenvolve anticorpos contra o HIV-1/2 dentro de 28 dias e, por isso, os anticorpos podem não ser detectáveis pouco tempo depois da infecção. A fase inicial é a de maior potencial de infectividade; não obstante, a transmissão do HIV pode acontecer em qualquer estágio da infecção.  

Serviços de testagem para HIV

A testagem para HIV deve ser voluntária e o direito das pessoas a se submeter ao teste deve ser reconhecido. A realização de testes obrigatórios ou sob coação de profissionais de saúde, autoridade, parceiro(a) sexual ou familiar é inaceitável, pois contraria as boas práticas de saúde e constitui violação dos direitos humanos.

Alguns países introduziram ou consideram introduzir a auto-testagem como alternativa. Com essa opção, a pessoa que quer conhecer seu estado de saúde recolhe uma amostra, realiza o teste e interpreta o resultado de forma privada. A testagem realizada pelo próprio paciente não oferece um diagnóstico definitivo; novos testes deverão ser realizados por um profissional de saúde com base em um algoritmo nacional validado.

Todos os serviços de testagem para HIV devem incluir cinco recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS): consentimento, confidencialidade, aconselhamento, resultados corretos dos testes e introdução nos serviços para o seguimento.

 

Os indivíduos podem reduzir a possibilidade de infecção por HIV limitando a exposição aos fatores de risco. Os principais métodos para prevenir o contágio em um contexto de prevenção combinada são:  

1. Uso de preservativos masculinos e femininos  

2. Testagem e aconselhamento para HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis

A testagem para HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis é altamente recomendada para todas as pessoas. Dessa forma, elas podem conhecer seu status de infecção e acessar os serviços de prevenção e tratamento em tempo oportuno. A OMS também recomenda a oferta de testes para parcerias sexuais ou casais. Além disso, a OMS está recomendando abordagens de notificação de parceiros assistidos para que as pessoas com HIV recebam apoio para informar seus parceiros por conta própria ou com a ajuda de profissionais de saúde.  

3. Uso de antirretrovirais para prevenção

3.1 Terapia antirretroviral como prevenção

De acordo com ensaio de 2011, confirmou-se que quando uma pessoa soropositiva segue um regime terapêutico eficaz com antirretrovirais, o risco de transmissão do vírus a um parceiro sexual não infectado pode ser reduzido em até 96%. A recomendação da OMS para iniciar a terapia antirretroviral em todas as pessoas com HIV contribuirá de forma significativa para a redução da transmissão do HIV.  

3.2 Profilaxia Pré-Exposição (PrEP)

A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV oral se baseia na administração diária de drogas antirretrovirais em pessoas com status sorológico negativo, com o objetivo de bloquear a infecção pelo vírus. Mais de 10 estudos controlados demonstraram a efetividade da PrEP na redução da transmissão do HIV entre diferentes populações, entre elas casais sorodiscordantes (onde um parceiro está infectado e o outro não), gays e homens que fazem sexo com outros homens, pessoas trans, além de pessoas que usam drogas.  

A OMS recomenda a PrEP como uma opção de prevenção para pessoas com risco substancial de infecção pelo HIV, como parte de uma combinação de abordagens de prevenção. A Organização também expandiu essas recomendações para mulheres soropositivas que estão grávidas ou amamentando.    

3.3 Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP)

A Profilaxia Pós-Exposição (PEP) consiste no uso de drogas antirretrovirais dentro de até 72 horas após a exposição ao HIV para prevenir a infecção. A PEP inclui serviços de aconselhamento, primeiros cuidados, testes para detecção do HIV e a administração da terapia antirretroviral durante 28 dias, além de atenção complementar. As diretrizes atualizadas da OMS, publicadas em dezembro de 2014, recomendam o uso da profilaxia para exposições ocupacionais e não ocupacionais, para adultos e crianças.  

4. Redução de danos para pessoas que usam drogas

As pessoas que usam drogas injetáveis podem se proteger da infecção por HIV utilizando materiais esterilizados. Um pacote abrangente de intervenções para prevenção do HIV e tratamento conta com:  

  • Programas de agulhas e seringas descartáveis;
  • Tratamento de substituição de opioide e outras intervenções de tratamento da dependência de drogas baseadas em critérios científicos;
  • Testagem para HIV e aconselhamento;
  • Tratamento para HIV e cuidado integral;
  • Acesso a preservativos; e
  • Manejo adequado de infecções sexualmente transmissíveis, tuberculose e hepatites virais.  

5. Eliminação da transmissão vertical do HIV

Na ausência de quaisquer intervenções durante estágios gestacionais, as taxas de transmissão vertical do HIV podem variar entre 15% e 45%. É possível prevenir quase totalmente esse modo de transmissão por meio da administração de antirretrovirais tanto para a mãe quanto para o filho em todas as etapas que a transmissão possa ocorrer.  

A OMS recomenda uma série de medidas de prevenção da transmissão vertical, que inclui a administração, tanto para a mãe quanto para seu filho, de antirretrovirais durante a gravidez, o parto e o puerpério, e tratamento ao longo da vida para as mulheres grávidas soropositivas, independente de sua contagem de CD4. 

Em 2015, 77% (69%-86%) de aproximadamente 1,4 milhão (1,3-1,6) de mulheres grávidas vivendo com o HIV em todo o mundo receberam drogas antirretrovirais eficazes para evitar a transmissão para seus filhos.  

 

 

O HIV pode ser suprimido pela combinação da terapia antirretroviral com três ou mais drogas. A terapia não cura a infecção por HIV, mas controla a replicação viral dentro do corpo de uma pessoa e permite que o sistema imunológico de um indivíduo seja fortalecido e tenha a capacidade de combater infecções.  

Em 2016, a OMS divulgou a segunda edição das diretrizes consolidadas sobre o uso de medicamentos antirretrovirais para tratamento e prevenção da infecção pelo HIV. Essas orientações recomendam o fornecimento da terapia antirretroviral ao longo da vida a todas as pessoas que vivem com o HIV, incluindo crianças, adolescentes e adultos, mulheres grávidas e lactantes, independentemente do estado clínico ou da contagem de células CD4. Até julho de 2017, 122 países já haviam adotado essa recomendação.  

As diretrizes de 2016 incluem novas opções alternativas de terapia antirretroviral com melhor tolerabilidade, maior eficácia e menores taxas de descontinuação do tratamento quando comparadas aos medicamentos utilizados atualmente, tais como: dolutegravir e efavirenz para terapia de primeira linha, e raltegravir e darunavir/ritonavir para terapia de segunda linha.  

A transição para essas novas opções de terapia antirretroviral já começou em mais de 20 países e a expectativa é de que a durabilidade do tratamento e a qualidade do atendimento das pessoas que vivem com o HIV melhore. Apesar das melhorias, as opções limitadas em antirretrovirais permanecem para bebês e crianças pequenas. Por essa razão, a OMS e seus parceiros estão coordenando esforços para permitir um desenvolvimento mais rápido e eficaz e a introdução de formulações pediátricas apropriadas para a idade.  

Além disso, uma em cada três pessoas que vive com o HIV solicita assistência em uma etapa avançada da doença, com baixas contagens de CD4 e com alto risco de agravamento da enfermidade e, consequentemente, de gravidade. Para reduzir esse risco, a OMS recomenda que esses pacientes recebam um “pacote de cuidados”, que inclui testes e prevenção das infecções graves mais comuns que podem causar a gravidade clínica morte, como tuberculose e meningite criptocócica, além da terapia antirretroviral.  

Em meados de 2017, 20,9 milhões de pessoas vivendo com HIV estavam recebendo a terapia antirretroviral em todo o mundo. Em 2016, foi alcançada uma cobertura global de 53% de adultos e crianças vivendo com HIV. No entanto, mais esforços são necessários para ampliar o tratamento, particularmente para crianças e adolescentes. Apenas 43% deles estavam recebendo tratamento no final de 2016 e a OMS está apoiando os países a acelerarem seus esforços para diagnosticar e tratar oportunamente essas populações vulneráveis.  

A expansão do acesso ao tratamento está no centro de um novo conjunto de metas para 2020, que visam acabar com a epidemia de aids até 2030. 

Resposta da OPAS

A 69ª Assembleia Mundial da Saúde aprovou a "Global Health Sector Strategy on HIV for 2016-2021". A estratégia inclui cinco orientações que guiam ações prioritárias para os países e para a OMS ao longo dos próximos seis anos. Entre as orientações, estão:

  • Informações para ação focada (conhecer a epidemia e a resposta);
  • Intervenções para impacto (que abrange uma gama de serviços necessários);
  • Entregar com equidade (abrangendo as populações que precisam dos serviços);
  • Financiamento para a sustentabilidade (cobrindo os cursos dos serviços);
  • Inovação para aceleração (olhando para o futuro).  

A OMS é co-patrocinadora do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS). Dentro da instituição, a OMS lidera atividades para tratamento e cuidados, co-infecção por HIV e tuberculose e coordena, em conjunto com o UNICEF, o trabalho sobre a eliminação da transmissão vertical do HIV.

Nas Américas, os países também endossaram o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do HIV e Infecções Sexualmente Transmissíveis 2016-2021 para acelerar o progresso e acabar com as epidemias de aids e ISTs como problemas de saúde até 2030 na Região. Os objetivos do Plano de Ação Regional são reduzir a incidência de novas infecções por HIV , a mortalidade relacionada à aids e complicações relacionadas às ISTs. O Plano também integra os objetivos da Estratégia Regional e Plano de Ação anterior para a Eliminação da Transmissão Materno-Infantil do HIV e Sífilis Congênita, reduzindo a taxa de transmissão vertical do HIV e da sífilis congênita a níveis de eliminação.   

 
Logo Iniciativa de Eliminación

Esta é uma das 30 condições que a Iniciativa de Eliminação propôs eliminar na Região das Américas até o ano 2030.

Programas e Iniciativas

 

Campeones de la malaria

 

 Iniciativa 

Programa de Parcerias e Pesquisas sobre Doenças Transmissíveis

O Programa de Pesquisa e Parcerias em Doenças Transmissíveis da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) realiza pesquisas operacionais e de implementação sobre doenças transmissíveis nas Américas. 

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