Experiências do Brasil, Paraguai e Suriname recebem prêmio “Campeões contra a malária nas Américas” deste ano

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6 de novembro de 2018 – Programas de controle da malária do Brasil, Paraguai e Suriname receberam nesta terça-feira (6) o prêmio “Campeões contra a malária nas Américas”. Todos os anos, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e seus parceiros o concedem a iniciativas que contribuem para a eliminação da doença na região.

Os vencedores foram anunciados em um evento realizado no marco do Dia Mundial da Malária nas Américas. São eles: 

  • Programa de malária de Suriname, por introduzir um modelo sólido de enfoque em saúde centrado nas pessoas, especialmente em mineiros, migrantes e comunidades indígenas. A iniciativa criou capacidades em nível local e melhorou o diagnóstico, tratamento e controle de vetores. Também integrou os serviços de saúde e buscou soluções operativas e tecnológicas inovadoras. Clique aqui para saber mais.
  • Programa de Controle da Malária do município de Machadinho D’Oeste (RO), que implementou uma série de estratégias que resultaram em um maior acesso ao diagnóstico e ao tratamento, o uso de mosquiteiros e uma redução de 44% nos casos da doença entre 2016 e 2017. Clique aqui para saber mais.
  • Programa de malária de Alto Rio Solimões (AM), por seus esforços ao controlar a doença em áreas indígenas. O programa local conseguiu reduzir em 70% o número de casos desde 2015 em uma área de difícil acesso, que abriga mais de 70 mil pessoas distribuídas entre 13 comunidades à beira de rios. Clique aqui para saber mais.
  • Programa Nacional de Controle da Malária no Paraguai, que tem oferecido acesso universal ao diagnóstico e tratamento da doença. A iniciativa conseguiu com que o país não registrasse casos autóctones de malária desde 2011.

Em junho de 2018, o Paraguai se tornou o primeiro país da região das Américas em 45 anos a obter a certificação oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS) por ter eliminado a malária.  

“Essas experiências reafirmam nosso convencimento de que a eliminação da malária é uma meta alcançável”, afirmou Isabella Danel, diretora adjunta da OPAS. Ela pediu para que os parceiros da Organização “continuem trabalhando juntos para enfrentar os desafios, preencher as lacunas e buscar soluções que levem à eliminação da doença”.  

A malária, transmitida por mosquitos, segue endêmica em 20 países das Américas. A maioria dos casos se concentra na sub-região amazônica. A Argentina está em processo de certificar a eliminação da doença e outros seis países (Belize, Costa Rica, Equador, El Salvador, México e Suriname) reduziram a incidência de casos autóctones e têm potencial para eliminar malária até 2020, segundo a OMS. Mais de 120 milhões de pessoas estão em risco de contrair a doença na região. 

Rick Steketee, coordenador adjunto da Malaria Global dos Estados Unidos, disse que “o investimento e o compromisso contínuos da região para combater a malária estão dando frutos: temos os dados, a capacidade de usá-los para direcionar as intervenções que funcionam àqueles mais necessitados, a vontade política e o compromisso de eliminar essa doença”. Afirmou ainda que “os campeões contra a malária representam essa dedicação e seus êxitos não ajudarão apenas seus países a avançarem rumo à eliminação, mas também ajudarão a aplicá-la em todo o mundo”.  

Neste ano, o prêmio celebra uma década de criação. Desde 2008, reconheceu 27 melhores práticas contra a malária em 13 países da região que têm feito uma mudança positiva na vida da população. 

Entre os parceiros da OPAS estão a Fundação das Nações Unidas; a Escola de Saúde Pública do Instituto Milken, Universidade George Washington; o centro para programas de comunicação da Escola de Saúde Pública Bloomberg, da Universidade Johns Hopkins; o Consórcio de Saúde Global da Escola Stempel de Saúde Pública e Trabalho Social; a Universidade Internacional da Flórida; e a Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene.