Washington, DC, 31 de agosto de 2023 (OPAS) - No Dia Internacional de Pessoas Afrodescendentes, o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, pediu uma maior "resposta às necessidades de saúde daqueles que são sistematicamente deixados para trás".
Na Região das Américas vivem aproximadamente 210 milhões de pessoas afrodescendentes, ou seja, 20% da população. As populações afrodescendentes "continuam a ser vítimas de racismo e continuam a ter piores resultados em termos de saúde", lamentou o diretor da OPAS em mensagem para destacar a data.
Um relatório recente da OPAS mostra que, em 80% dos países da região analisados, os afrodescendentes experimentam níveis mais altos de pobreza, acesso limitado aos serviços de saúde e piores taxas de mortalidade infantil e materna. Por exemplo, a diferença na mortalidade materna é entre 1,3 e 3 vezes maior em alguns países.
Além disso, as pessoas afrodescendentes têm acesso mais limitado a moradia adequada e saneamento básico, em alguns casos de 2 a 5 vezes mais.
Para enfrentar essas desigualdades, os Estados Membros da OPAS aprovaram em 2017 a Política sobre Etnia e Saúde, que reconhece a necessidade de reorientar os serviços de saúde com uma abordagem intercultural para eliminar barreiras de acesso aos serviços e melhorar a saúde dessas populações. E em 2019 aprovaram uma estratégia e um plano de ação para medir o progresso dos Estados na melhoria da situação de saúde dos diferentes povos da região.
A Organização também apoiou jovens líderes a desenvolver um plano de saúde para jovens afrodescendentes na América Latina e no Caribe e realiza ações no âmbito da Década Internacional de Afrodescendentes (2015-2024) das Nações Unidas.
No entanto, "ainda há muito a ser feito", disse Jarbas Barbosa, acrescentando que "a OPAS está comprometida em promover a participação social, eliminar o racismo nos serviços de saúde e garantir o acesso equitativo à saúde para as pessoas afrodescendentes".
O Dia Internacional de Pessoas Afrodescendentes ocorre anualmente em 31 de agosto para reconhecer as contribuições da diáspora africana em todo o mundo, eliminar todas as formas de discriminação e proteger os direitos humanos, incluindo o direito à saúde.