Genebra, 29 de maio de 2023 (OPAS/OMS) - Uma nova resolução para acelerar os esforços para garantir a saúde dos povos indígenas foi aprovada, nesta segunda-feira (30/05), na 76ª Assembleia Mundial da Saúde, que está sendo realizada em Genebra, Suíça, até 30 de maio. Espera-se que o compromisso tenha implicações importantes para as Américas, onde vivem mais de 62 milhões de pessoas pertencentes a povos indígenas.
De acordo com a nova resolução, os países desenvolverão, financiarão e implementarão planos nacionais de saúde para os povos indígenas que garantam o direito igualitário de desfrutar do mais alto padrão atingível de saúde física e mental.
Durante um evento paralelo para discutir a saúde dos povos indígenas, o vice-diretor interino da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Marcos Espinal, enfatizou que as populações indígenas nas Américas têm maior probabilidade de sofrer de taxas mais altas de doenças infecciosas, como a tuberculose, bem como níveis mais altos de doenças não transmissíveis, como o diabetes.
"É por isso que essa resolução é tão crucial para a nossa região, pois baseia-se em estratégias que abordam os contextos ambientais e sociais específicos em que vivem os povos indígenas", disse ele.
Isso inclui medidas que abordam os determinantes sociais da saúde, como pobreza, moradia precária e falta de acesso à educação, oportunidades econômicas, proteção social e água e saneamento, que afetam desproporcionalmente essas populações.
Considerando que as mulheres indígenas também sofrem com os piores resultados de saúde materna nos países, a resolução tem um foco especial na garantia da saúde materna e do adolescente, incluindo o acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva.
O documento também pede mais investimentos no treinamento de profissionais de saúde indígenas e planos para incorporar com segurança a medicina tradicional e complementar baseada em evidências nos serviços de saúde indígenas.
Durante a apresentação da resolução, os delegados dos países das Américas enfatizaram a importância de garantir uma abordagem intercultural e intersetorial no desenvolvimento de políticas de saúde indígena que superem as barreiras de gênero, localização geográfica, idade, idioma e conectividade digital.
A resolução também pede a geração de dados mais desagregados para permitir que os países ampliem seu conhecimento sobre a situação de saúde específica das populações indígenas.
A OPAS continua trabalhando com os países das Américas para garantir a saúde das populações indígenas. Isso inclui a implementação da Estratégia e Plano de Ação da Organização sobre Etnia e Saúde 2019-2025, que está alinhada com os compromissos globais para garantir o direito à saúde dos povos indígenas. Essa estratégia inovadora inclui ações específicas para atender às necessidades de saúde indígenas mais urgentes, como a redução da mortalidade materna e infantil e a redução do ônus da tuberculose entre as populações indígenas.