28 de outubro de 2021 – A Organização Mundial da Saúde (OMS) deu início nesta quinta-feira (28) em Genebra à Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2021-2030, com a ambiciosa meta de prevenir ao menos 50% das mortes e lesões no trânsito até 2030. O organismo internacional e as comissões regionais da ONU, em cooperação com outros parceiros da UN Road Safety Collaboration, desenvolveram um Plano Global para a Década de Ação, também divulgado hoje.
Globalmente, mais de 3,5 mil pessoas morrem todos os dias nas vias, o que equivale a quase 1,3 milhão de mortes evitáveis e cerca de 50 milhões de pessoas lesionadas a cada ano - tornando-se a principal causa de morte de crianças e jovens em todo o mundo. Neste cenário, os acidentes de trânsito devem causar mais 13 milhões de mortes e deixar 500 milhões de pessoas lesionadas durante a próxima década, especialmente em países de baixa e média renda. Esses números são inaceitáveis, tanto em termos absolutos quanto relativos. Os acidentes de trânsito continuam sendo uma das principais causas de morte em todo o mundo, embora cada uma dessas mortes e lesões seja evitável.
“A perda de vidas e meios de subsistência, as deficiências causadas, a tristeza e a dor e os custos financeiros por acidentes de trânsito representam um preço insuportável para famílias, comunidades, sociedades e sistemas de saúde”, declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Muito desse sofrimento é evitável, tornando as vias e os veículos mais seguros e promovendo caminhada, bicicleta e maior uso do transporte público com segurança. O Plano Global para a Década de Ação pela Segurança no Trânsito apresenta as etapas práticas e baseadas em evidências que todos os países e comunidades podem adotar para salvar vidas.”
Reconhecendo a importância do problema e a necessidade de agir, governos de todo o mundo declararam unanimemente - por meio da Resolução da Assembleia Geral da ONU 74/299 - a Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2021-2030, com a meta explícita de reduzir mortes e lesões no trânsito em pelo menos 50% durante esse período.
“Uma das melhores maneiras de salvar e melhorar vidas é tornar nossas ruas mais seguras - mas esse trabalho muitas vezes não recebe a atenção que merece”, disse Michael R. Bloomberg, fundador da Bloomberg L.P. e Bloomberg Philanthropies e Embaixador Global da OMS para Doenças Não Transmissíveis e Lesões. “A Bloomberg Philanthropies tem trabalhado para melhorar a segurança no trânsito desde 2007, fortalecendo as leis, aumentando a fiscalização, redesenhando as vias e usando dados. Fico feliz em dizer que o ambicioso plano global da OMS pela segurança no trânsito inclui muitas das estratégias que usamos para salvar vidas e ajudará a incentivar os governos em todo o mundo a fazer da segurança no trânsito a alta prioridade que deveria ser.”
O Plano Global descreve as ações necessárias para atingir a meta de reduzir mortes e lesões no trânsito e inclui ações aceleradas para tornar as caminhadas, as bicicletas e o uso do transporte público seguros, já que são meios de transporte mais saudáveis e ecológicos; para garantir vias, veículos e comportamentos seguros; e para garantir atendimento de emergência oportuno e eficaz. O objetivo é inspirar os países, incluindo governos e parceiros, a agir de forma ousada e decisiva, usando as ferramentas e os conhecimentos adquiridos na última Década de Ação para mudar de rumo.
“Mais de 50 milhões de pessoas morreram em vias de todo o mundo desde a invenção do automóvel. Isso é mais do que o número de mortes na Primeira Guerra Mundial ou algumas das piores epidemias” afirmou Etienne Krug, diretor do Departamento de Determinantes Sociais da Saúde da OMS. “É hora de colocar em ação o que sabemos que funciona e mudar para um meio de transporte muito mais seguro e saudável. Este novo plano levará os países a um caminho mais sustentável.”
O Plano Global descreve as ações recomendadas elaboradas a partir de intervenções comprovadas e eficazes, bem como as melhores práticas para prevenir lesões no trânsito. Deve ser usado para informar e inspirar planos nacionais e locais que são ajustados aos contextos locais, recursos disponíveis e capacidade. Esse Plano se destina não apenas a formuladores de políticas seniores, mas também a outras partes interessadas que podem influenciar a segurança no trânsito, como sociedade civil, academia, setor privado, líderes comunitários e jovens.