A nova edição da publicação detalha o impacto da pandemia, destaca redução da expectativa de vida e apresenta lições para o futuro
Washington, DC, 27 de Setembro de 2022 (OPAS)- A edição de 2022 da Saúde nas Américas, principal publicação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), destaca o impacto da COVID-19 nas populações da região, que muitas vezes foi o epicentro da pandemia com mais de 177 milhões de casos e 2,8 milhões de mortes.
Lançada durante a 30ª Conferência Sanitária Pan-Americana, a publicação oferece um panorama da situação da saúde regional e de cada país da região, enfatizando a queda na expectativa de vida e delineando os futuros desafios para os sistemas de saúde, por vezes sobrecarregados durante a pandemia, mas que demonstraram significativa resiliência
“A pandemia afetou direta e indiretamente a saúde das pessoas e ameaçou o progresso contra várias doenças”, disse Sebastian Garcia Saiso, diretor do Departamento de Evidências e Inteligência para Ação em Saúde da OPAS. “Esperamos que a publicação ajude os tomadores de decisão e informe as políticas públicas para retomar o progresso em direção a uma saúde melhor para todos”, destacou.
Saúde nas Américas destaca que a expectativa de vida na América Latina e no Caribe caiu 2,9 anos, de 75,1 anos em 2019 para 72,2 em 2021, segundo estimativas da United Nations World Population Prospects 2022. Embora em números menores, a expectativa de vida também diminuiu na América do Norte, com redução de 1,8 anos.
“A queda na expectativa de vida pode ser revertida se os países avançarem com a vacinação contra a COVID-19, fortalecerem seus serviços de saúde para oferecer atendimento a todos e reduzirem as desigualdades que afetam a saúde”, disse García Saiso.
O relatório ressalta que a região foi responsável por 29% de todos os casos de COVID-19 e 44% das mortes em todo o mundo. Embora a América do Norte tenha sido responsável por 55% dos casos na região, 62% das mortes ocorreram na América Latina e no Caribe.
A continuidade dos atendimentos e os profissionais de saúde também foram bastante afetados pela pandemia. Até o final de 2021, 93% dos países relataram interrupções na prestação de serviços essenciais de saúde em todas as modalidades e, em novembro de 2021, 41 países e territórios relataram quase 2,4 milhões de casos entre profissionais de saúde e 13.081 mortes.
Disponível apenas em formato digital, Saúde nas Américas inclui ferramentas de visualização de dados e mapas que permitem comparar e analisar as informações. Também atualiza os perfis de saúde dos países e territórios da região em um formato padronizado que inclui dados sobre mais de 80 indicadores interinstitucionais, incluindo saúde materno-infantil, doenças transmissíveis e não transmissíveis, fatores de risco e mortalidade.
Saúde nas Américas foi publicada pela primeira vez em 1954 com periodicidade quinquenal. Em 2017, foi decidido transformá-la em publicação digital e aumentar sua periodicidade, aprofundando temas específicos de relevância regional. No ano passado, o primeiro sob esse novo formato, o foco foi a mortalidade prematura potencialmente evitável.
Todas as edições de Saúde nas Américas estão disponíveis no site da publicação.