24 de novembro de 2017 – A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) lançou nesta sexta-feira (24) a publicação “Sistemas alimentares e nutrição: a experiência brasileira para enfrentar todas as formas de má-nutrição”. Fruto de parceria entre o organismo internacional e o governo brasileiro, o documento apresenta um conjunto de políticas, programas e ações exitosas desenvolvidas nos últimos anos no país.
De acordo com a publicação, a governança da Segurança Alimentar e Nutricional e do Direito Humano à Alimentação Adequada no Brasil é uma referência internacional, por ter reduzido de forma expressiva a fome, a desnutrição e a subalimentação nos últimos anos. Entre as iniciativas brasileiras bem-sucedidas estão o Programa Bolsa Família, o Programa Nacional de Alimentação Escolar e a Política Nacional de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde.
Segundo o representante da OPAS/OMS no Brasil, Joaquín Molina, é fundamental evidenciar o panorama dos sistemas alimentares em todo o mundo. “Enfrentamos ainda múltiplas formas de má nutrição. Deficiências de micronutrientes e desnutrição coexistem com sobrepeso e obesidade. Esses problemas, além de incidirem na saúde e na qualidade de vida das pessoas, impactam em uma carga elevadas de doenças, com consequências sociais e econômicas para as famílias e comunidades”, afirma.
O representante pontua também que a alimentação e a nutrição fazem parte de todos os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial do ODS 2, que visa acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhorar a nutrição, bem como promover a agricultura sustentável.
Américas
Nas últimas décadas, a região das Américas tem passado por uma mudanças econômicas, demográficas, tecnológicas e culturais, que impactaram profundamente nos sistemas alimentares (conjunto de atores e regras que determinam como se produzem, comercializam, distribuem, processam e consomem os alimentos, desde o cultivo até a mesa das pessoas).
Essa transformação fez com que as Américas se tornassem uma “potência alimentar” e já demonstrou vários efeitos positivos em termos de bem-estar da população e redução da pobreza em muitos países.
No entanto, há também efeitos negativos. A América Latina registra um aumento relevante no consumo de alimentos ultraprocessados ou com alta quantidade de açúcar, sal e gordura – fatores que explicam o crescimento considerável da obesidade na maioria dos países da região.
Por isso, o compartilhamento de experiências bem-sucedidas entre os países da região é fundamental para tornar os sistemas alimentares mais sustentáveis, justos, inclusivos e sensíveis à má nutrição.