A iniciativa da OPAS é uma oportunidade para acelerar a vacinação contra a COVID-19 e melhorar as taxas de cobertura de outras vacinas que diminuíram na última década
Washington D.C., 22 de abril de 2022 (OPAS/OMS) – Com o objetivo de acelerar a vacinação contra a COVID-19 e preencher as lacunas de cobertura vacinal contra outras doenças imunopreveníveis, países e territórios das Américas planejam imunizar cerca de 140 milhões de pessoas como parte da Semana de Vacinação nas Américas, iniciativa da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) que completa 20 anos em 2022.
O tema da Semana, celebrada entre 23 e 30 de abril, é "Você está protegido? Tome todas as vacinas", e convoca toda a população a checar seus calendários de vacinação e atualizá-los para se manter totalmente protegida.
"Esta Semana de Vacinação é uma oportunidade para melhorar as taxas de vacinação contra poliomielite, sarampo, rubéola, difteria e outras doenças preveníveis que caíram nos últimos dez anos", disse a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne. "As vacinas funcionam e nos últimos 20 anos impediram que milhões adoecessem, fossem hospitalizados e até morressem. Por isso é essencial que todos tenham acesso.”
Em dois anos de pandemia, o foco no controle da COVID-19 deixou os sistemas de saúde e seus profissionais sobrecarregados e atrasou quase três décadas de progresso na luta contra a poliomielite e o sarampo na região. Em 2020, mais de 2,7 milhões de crianças nas Américas não foram vacinadas ou foram vacinadas de forma incompleta, o que as torna suscetíveis a doenças como sarampo e poliomielite, as duas primeiras eliminadas na região, bem como difteria.
A taxa de cobertura com as três doses da vacina contra a poliomielite ficou em 82% em 2020 - a menor desde 1994. A taxa de cobertura regional contra sarampo, caxumba e rubéola (com a vacina MMR) foi de 87%, abaixo dos 93% registrados em 2016.
Enquanto isso, a cobertura regional para difteria, tétano e coqueluche (com a vacina DTP3) também caiu de 91% em 2016 para 85% em 2020. Todas essas taxas ficaram abaixo dos 95% recomendados pela OPAS para prevenir surtos.
"As vacinas continuam sendo nossa melhor proteção. Não podemos baixar a guarda", enfatizou Etienne. “Devemos intensificar os esforços para reverter essa situação e sabemos como fazer isso, nossa história de eliminação de doenças preveníveis por vacinas comprova."
Com quase 1,8 bilhão de doses administradas na região em apenas 16 meses, a vacinação contra a COVID-19 é o maior programa de imunização da história. Quatorze países já atingiram a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de vacinar 70% de suas populações até 30 de junho de 2022; 26 alcançaram cobertura entre 40% e 69%; e 11 permanecem abaixo de 40%. "O sucesso é possível quando trabalhamos juntos para adotar a vacinação", afirmou a diretora da OPAS, pedindo aos países que "aproveitem a Semana de Vacinação para alcançar os mais vulneráveis".
O lançamento da Semana de Vacinação nas Américas será marcado com um evento no dia 25 de abril, em Dominica, que contará com a presença da diretora da OPAS e das mais altas autoridades do país caribenho. Também são esperadas mensagens de vídeo dos presidentes do Chile, Equador e Honduras, bem como do secretário-geral da Comunidade do Caribe (CARICOM).
A região das Américas é referência global em imunizações. Em 1971, tornou-se a primeira região do mundo a eliminar a varíola. Em 1994, conseguiu certificar a eliminação da poliomielite; em 2015, acabou com a rubéola e a síndrome da rubéola congênita; em 2016, eliminou o sarampo; e, em 2017, o tétano neonatal.
A Semana de Vacinação nas Américas começou em 2003 como um esforço dos países da região para combater um surto de sarampo na Colômbia e na Venezuela. Nos últimos 19 anos, mais de um bilhão de pessoas de todas as idades foram vacinadas contra cerca de 20 doenças no contexto da iniciativa. Em 2012, tornou-se um movimento global quando a Assembleia Mundial da Saúde estabeleceu a Semana Mundial de Imunização.