Washington D.C., 21 de setembro 2022 (OPAS) – Enquanto a COVID-19 continua a registrar cerca de 4.000 mortes por semana nas Américas e os casos de varíola dos macacos aumentam, o vírus da pólio foi agora detectado entre as comunidades não vacinadas em Nova York. Diante disto, a Diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa Etienne, pediu aos países que reforcem urgentemente a vigilância e as campanhas de vacinação de rotina.
Embora os Estados Unidos tenham dado uma rápida resposta de saúde pública após a detecção, a pólio é uma doença que "eu não esperava mais ver em nossa região", disse a Dra. Etienne durante a coletiva de imprensa hoje.
"Passaram-se quase 30 anos desde que as Américas se tornaram a primeira região global a eliminar a pólio por poliovirus selvagem", mas "as taxas de vacinação decrescentes, agravadas pela pandemia da COVID-19, deixaram muitas de nossas populações desprotegidas".
A poliomielite, que pode se espalhar rapidamente entre comunidades com cobertura vacinal insuficiente, não é uma doença tratável, mas é totalmente evitável com vacinas. No entanto, atualmente, a cobertura vacinal caiu abaixo de 80% em quase toda a América do Sul e 12 países da região correm risco alto ou muito alto de sofrer um surto.
A OPAS tem trabalhado em estreita colaboração com os Estados Unidos e emitido alertas para que os Estados Membros permaneçam vigilantes e tomem medidas para alcançar proativamente as populações não vacinadas com a vacina contra a poliomielite.
"Não devemos subestimar o poder das vacinas de salvar vidas", disse Dra. Etienne.
A diretora da OPAS também insistiu para que os países da região intensifiquem suas campanhas de vacinação para COVID-19, particularmente no Caribe, onde várias ilhas estão ficando para trás.
“Se continuarmos comprometidos, podemos manter a COVID-19 sob controle”, disse ela. “Não ignorando, mas continuando a usar as muitas ferramentas que temos à nossa disposição para rastrear e, o mais importante, prevenir infecções.”
Isso inclui medidas de saúde pública que devem ser promovidas principalmente “em locais onde muitos permanecem não vacinados ou onde os casos estão aumentando”.
Retomando o surto de varíola na região, a diretora da OPAS alertou que os casos também estão aumentando em partes das Américas e, embora as mortes permaneçam extremamente raras, aqueles com sistema imunológico enfraquecido correm o risco de complicações da infecção por varíola.
A OPAS vem trabalhando para expandir a capacidade de testes de varíola na região, mas os países devem “agir agora para controlar a disseminação”, especialmente enquanto os suprimentos de vacinas permanecem limitados.
A participação das comunidades afetadas é crucial, insistiu a Dra. Etienne. Testes e rastreamento de contatos também podem ter um impacto significativo na redução da transmissão.
Enquanto a OPAS se prepara para se reunir com os Ministros da Saúde de toda a região na Conferência Sanitária Pan-Americana, a Dra. Etienne destacou a oportunidade de discutir os desafios para garantir a saúde na região e fazer acordos sobre como avançar.
Este evento não é apenas uma chance de olhar para trás e aprender com o passado, mas também uma “oportunidade de olhar para o futuro e nossa visão de uma região mais equitativa, na qual trabalhamos juntos para melhorar a saúde para todos”, disse ela.
|