A oferta de hemoderivados em alguns países da América Latina e Caribe permanece abaixo dos níveis mínimos recomendados pela OMS.
Washington DC, 14 de junho de 2023 (OPAS) - Em comemoração ao Dia Mundial do Doador de Sangue, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) destaca a importância da doação regular e voluntária de sangue e plasma para garantir que os países mantenham um suprimento seguro e sustentável. O tema deste ano é "Doe sangue, doe plasma, compartilhe a vida, compartilhe com frequência".
Em mensagem à Região, o Diretor da OPAS, Dr. Jarbas Barbosa, expressou profunda gratidão a todos os doadores de sangue nas Américas por sua inestimável contribuição em dar vida aos que mais precisam. Cada doação de sangue e plasma é um presente valioso, essencial para manter um suprimento adequado.
“A disponibilidade de sangue ou plasma afeta todos os pacientes, especialmente aqueles que precisam de suporte transfusional vitalício ou recebem transfusões periodicamente”, acrescentou Jarbas Barbosa. É o caso de pacientes com anemia falciforme ou talassemia, ou com outras condições crônicas, como hemofilia, pacientes oncológicos ou imunossuprimidos.
Segundo os últimos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2021, na América Latina e no Caribe, a taxa média de doação de sangue por 1.000 habitantes foi de 15 unidades, embora alguns países tenham ficado abaixo do mínimo recomendado pela OMS de 10 unidades.
O diretor da OPAS alertou que “a demanda supera a oferta em muitos países de nossa Região e os serviços de sangue, particularmente em países de baixa e média renda, enfrentam o desafio de garantir o acesso a sangue seguro e de qualidade”.
A OMS também destacou a necessidade de aumentar as doações de plasma para garantir um suprimento adequado de proteínas plasmáticas para os pacientes. Isso é crucial para o tratamento de uma variedade de doenças graves, como hemofilia, distúrbios imunológicos, infecções e distúrbios graves.
A escassez de plasma em muitos países de baixa e média renda limita o tratamento adequado dos pacientes. Globalmente, apenas 44 países, seis deles na América Latina e no Caribe, utilizam o plasma doado para produzir derivados, como imunoglobulinas e fatores de coagulação, considerados medicamentos essenciais pela OMS.
"Precisamos de mais pessoas em nossa região para se tornarem salvadores de vidas, oferecendo-se como voluntários para doar sangue ou plasma regularmente", disse o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa.
Tanto para crianças quanto para adultos, a transfusão de hemocomponentes é parte essencial do tratamento de várias doenças e distúrbios médicos, salvando vidas e melhorando a qualidade de vida.
A OPAS continua trabalhando em estreita colaboração com os países da Região para enfrentar os desafios relacionados à disponibilidade e qualidade do sangue e componentes sanguíneos. Isso inclui o desenvolvimento de serviços de sangue eficientes e integrados nos sistemas de saúde, bem como a promoção de doações voluntárias e não remuneradas.
O desenvolvimento de estratégias de vigilância em saúde, hemovigilância, gestão de riscos, monitoramento e avaliação é fundamental para entender os desafios nacionais e as necessidades particulares de cada país.