O projeto regional “Trabalhando juntos para combater a resistência aos antimicrobianos” é estendido para abordar as ameaças da RAM associadas à COVID-19

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A FAO, a OIE e a OPS, organizações implementadoras do projeto regional “Trabalhando juntos para combater a resistência aos antimicrobianos”, assinaram um adendo com a União Europeia para estender esta iniciativa por mais um ano e apoiar com ações que reduzam o impacto da pandemia da COVID-19 na resistência aos antimicrobianos (RAM), e previnam futuras doenças emergentes com potencial pandêmico. O projeto que inicialmente tinha uma duração de 3 anos (2020-2022) e envolve 7 países da América Latina estará em vigor até 2023.

Sobre este adendo

Desde o início da pandemia tem havido uso intensivo de antibióticos para o tratamento das infecções bacterianas em pacientes com COVID-19 o que contribui para o aumento das infecções por patógenos multirresistentes e causou a emergência de novos mecanismos de RAM. Além do impacto direto sobre a RAM, como resultado do maior uso de antibióticos na saúde humana, deve ser considerada e avaliada a transmissão da RAM além do sistema de saúde, por exemplo, a liberação de maiores níveis de antimicrobianos nas águas residuais dos hospitais que afetarão os níveis de antimicrobianos no meio ambiente. Isto impactará no nível de resistência tanto em animais (selvagens ou de produção) quanto nos sistemas agrícolas e naturais.

Por outro lado, a situação atual evidenciou a importância de preservar a saúde da fauna selvagem para evitar que as doenças dos animais selvagens se propaguem aos seres humanos. Além disso, o surgimento ou ressurgimento de doenças é frequentemente acompanhado do uso excessivo de antimicrobianos.

As organizações implementadoras, de acordo com seus respectivos mandatos e áreas de competência, definiram uma estratégia de ação para mitigar a propagação da RAM que contribuirá à prevenção de futuras pandemias. Esta estratégia concentra-se na intensificação das intervenções para conter a RAM nos sete países participantes (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Paraguai, Peru e Uruguai), facilitando a priorização das atividades através de planos de trabalho nacionais que abordem mais especificamente os novos desafios surgidos durante a pandemia da COVID-19.

O projeto continuará desenvolvendo inovadores modelos para a vigilância integrada da resistência e consumo dos antimicrobianos. Além disso, considerando a maior percepção de risco das doenças infecciosas e seu potencial epidêmico, também continuará aumentando a conscientização e a educação em diferentes sectores sobre o problema da RAM, uma ameaça não menos perigosa e invisível após a COVID-19.

O projeto “Trabalhando juntos para combater a resistência aos antimicrobianos” insere-se no quadro do conceito “Saúde Única” o qual reconhece que a saúde humana e a saúde animal são interdependentes e estão ligadas à saúde dos ecossistemas nos quais coexistem. Além disso, destaca a necessidade de uma abordagem multidimensional e uma resposta intersetorial para esta questão. O fortalecimento da governança da abordagem “Saúde Única” não apenas possibilitará a consolidação de uma resposta eficaz à RAM, mas também permitirá compreender e prevenir os riscos de futuras doenças emergentes com potencial pandêmico que se originam no âmbito da interface entre animais, seres humanos e o ambiente no qual coabitam.

Para a União Europeia é uma prioridade trabalhar com os países da América Latina no combate à RAM, por essa razão que apoia este Projeto financiado pelo Instrumento de Parceria, com um aporte de 12,6 milhões de euros, que serão utilizados durante 4 anos.