Viana, 13 de junho de 2021 – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) participou neste domingo (13) do início da segunda etapa de um projeto que busca vacinar com meia dose da vacina contra COVID-19 toda a população do município de Viana, no estado do Espírito Santo, Brasil, com idades entre 18 e 49 anos e que não fazem parte dos grupos de risco prioritários (como pessoas com comorbidades e trabalhadores da saúde).
O Projeto Viana Vacinada é um estudo clínico que avaliará a capacidade da meia dose da vacina Astrazeneca/Oxford de reduzir o número de casos de COVID-19. Combina vacinação em massa, acompanhamento da resposta imune e sequenciamento genético do novo coronavírus.
O Projeto é executado por meio de uma parceria entre Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes da Universidade Federal do Espírito Santo (HUCAM-UFES/EBSERH), Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi) da Secretaria da Saúde do Espírito Santo, Prefeitura Municipal de Viana, Ministério da Saúde do Brasil e OPAS.
Foi aprovado pelo Comitê de Ética do HUCAM-UFES, pela Comissão Nacional de Ensino e Pesquisa (CONEP) do Brasil e pelo Comitê de Ética da OPAS.
Para serem vacinados e participarem do estudo, os moradores de Viana que fazem parte do grupo selecionado podem se cadastrar na plataforma do Projeto. A projeção da população-alvo é composta por, aproximadamente, 35 mil pessoas que, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são: 7.154 pessoas de 18 a 29 anos; 10.863 pessoas de 30 a 39 anos; 8.287 pessoas de 40 a 49 anos, totalizando 34.867 indivíduos. Considerando a população selecionada, a meta dos pesquisadores é alcançar 85% de cobertura vacinal – 29.637 pessoas.
A vacinação acontece em 35 postos distribuídos pelo município de Viana. O prefeito de Viana, de 33 anos, foi o primeiro a ser vacinado neste domingo e fará parte do estudo. “É um dia histórico para a cidade de Viana. Ficamos muito felizes hoje de escrever mais uma página na história do desenvolvimento científico mundial”, afirmou.
“A população precisa de vacinas e este projeto da meia dose vem de encontro a essa necessidade de salvar vidas”, disse o representante do Núcleo do Ministério da Saúde no Espírito Santo, Bartolomeu Martins Lima.
A coordenadora da pesquisa, Valéria Valim, destacou o papel chave das parcerias e da estrutura de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) para viabilizar, em apenas três semanas, o desenvolvimento do Projeto.
O reitor da UFES, Paulo Sérgio de Paula Vargas, ressaltou que o Projeto é inovador e terá um papel importante no avanço da ciência e no combate à pandemia de COVID-19. “Os efeitos e resultados dessa pesquisa contribuirão para que possamos enfrentar de forma mais adequada essa situação, que exige criatividade e sobretudo união de esforços”.
Socorro Gross, representante da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, também reforçou que a união dos entes que compõem o Sistema Único de Saúde (SUS) é muito importante, incluindo a comunidade e as autoridades. “Sem a participação da comunidade, não podemos ter vacinação”. Ela lembrou que a vacinação é a intervenção mais custo efetiva que existe e, para esta pandemia, ainda mais. “Este estudo pode ser a porta para que possamos aumentar em duas vezes a vacinação”.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, disse que este é um momento de integração, de fortalecimento do SUS e de demostrar que a ciência é o caminho para salvar vidas. “O ato de Viana é importante para proteger Viana, mas muito mais importante cientificamente. Se a gente conseguir o resultado que espera conseguir aqui, vamos produzir um efeito social, econômico extraordinário para o mundo”.
Confira as perguntas e resposta sobre o Projeto