Em 2021, o Instituto Bio-Manguinhos produziu 153 milhões de doses de outra vacina COVID-19 (vacina recombinante) por meio de uma parceria com a empresa biofarmacêutica AstraZeneca
Construindo uma experiência sólida
A partir do Complexo Tecnológico de Vacinas do Rio de Janeiro, um dos maiores centros de produção da América Latina, Bio-Manguinhos garante a autossuficiência para o cumprimento do esquema de vacinação de rotina do Ministério da Saúde do Brasil. Também exporta mais para mais de 70 países vacinas contra doenças como febre amarela e meningite, por meio do Fundo Rotatório da OPAS e outros mecanismos de distribuição da ONU.
Em 2021, o Instituto forneceu mais de 233 milhões de doses de vacinas, incluindo 153 milhões de doses da vacina recombinante contra COVID-19 produzida em conjunto com a empresa biofarmacêutica AstraZeneca.
“O desenvolvimento de uma vacina de mRNA pela Fiocruz é um passo fundamental para o avanço no desenvolvimento de imunobiológicos. Com este projeto e o apoio da OMS, reafirmamos nosso compromisso com a ciência e tecnologia a serviço da população”, ressaltou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.
“Pretendemos entrar na primeira fase de replicação e produção no próximo ano para realizar os estudos clínicos necessários”, acrescentou Luiz Lima, vice-diretor de produção de Bio-Manguinhos/Fiocruz.
Na Argentina, a Sinergium Biotech estuda como construir um modelo da vacina em escala piloto, enquanto aprende com a experiência da Afrigen e compartilha as lições aprendidas com Bio-Manguinhos.
A empresa argentina foi fundada durante outra emergência de saúde, a pandemia de influenza A (H1N1), e forneceu nos últimos dois anos vacinas contra influenza para o Fundo Rotatório da OPAS.
“Ter essa capacidade instalada nos permite buscar projetos desafiadores para trazer outras tecnologias e produtos de saúde para a região”, disse Fernando Lobos, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Sinergium Biotech.
Para Lobos, a plataforma da OPAS oferece uma oportunidade única de cooperação em prol da ciência e da saúde pública. “A verdade é que é raro ver uma equipe tão unida em busca de um objetivo que sabemos que trará benefícios a longo prazo.”
“Isso não é um projeto, é um programa. É o início de um longo caminho que nos trará muitas opções e muitas vacinas para a região. Essa tecnologia abre um grande campo de trabalho futuro e, sem dúvidas, terá um forte impacto na situação da saúde nas Américas e melhorará o acesso de todos às vacinas”, acrescentou Lobo.