O Projeto Vida no Trânsito (PVT), nascido de uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde e um consórcio de parceiros internacionais, teve início em cinco capitais brasileiras em 2010, sob a coordenação nacional do Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil com foco na redução de mortes e lesões graves no trânsito, a partir da qualificação das informações, das ações planejadas, desenvolvidas e executadas intersetorialmente.
Após as intervenções no âmbito do projeto, em seu período piloto (2010-2014), foi identificado o cumprimento das metas nos indicadores de processo: (e.g.: criação de Comitês intersetoriais, instalação de mecanismos de redução de velocidade); Maior controle de velocidade; Aumento dos pontos de controle de alcoolemia (Concentração de Álcool no Sangue – CAS); Aumento dos testes de alcoolemia e redução da positividade do CAS nos testes; Redução das taxas de mortalidade por 100.000 habitantes em 3 das 5 cidades; Redução das taxas de mortalidade para cada 10.000 veículos nas 5 cidades, risco reduzido de morte nas 5 cidades: mais do que em seus respectivos estados. O modelo de sucesso se expandiu para as demais capitais brasileiras e, posteriormente, para mais de 50 outros. Em 2016, o Projeto tornou-se um programa regular do Ministério da Saúde.
Apesar de sua coordenação nacional o projeto foi gerenciando e desenvolvido nos municípios, por meio de suas coordenações locais. Todas as cidades tiveram como ponto comum inicial a constituição de comissões intersetoriais locais que, com algumas variações, foram formadas por representantes dos setores de saúde, segurança pública, trânsito, transporte e educação e comunicação, entre outros. Além da integração intersetorial, a qualificação da informação sobre os acidentes constituiu-se um marco caracterizador do Vida no Trânsito, orientando as ações locais. E inspirando outras iniciativas similares.
Campo Grande-MS, uma das primeiras capitais brasileiras a aderir ao Vida no Trânsito, é uma das melhores traduções da essência do projeto. Seu Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito (GGIT) serviu de modelo para outras cidades. Além de exercer um papel fundamental de orientar as iniciativas integradas de segurança no trânsito, o gabinete logrou vencer um desafio comum a muitos programas: sua continuidade ao longo das administrações governamentais em permanente mudança. O vídeo sobre a experiência do PVT em Campo Grande ilustra as ações empreendidas na cidade a partir do relato dos integrantes do GGIT e personagens locais, traz uma ênfase ao papel dos meios de comunicação e aos aspectos da acessibilidade, para além da prevenção das mortes e lesões no trânsito.