Em 2023, a comunidade global comemora em 4 de fevereiro o Dia Mundial Contra o Câncer com o tema "Por cuidados mais justos", e um chamado para união de vozes e ação.
A OPAS se une a esta campanha para convocar todos, coletiva e individualmente, a se comprometerem a fortalecer as ações destinadas a melhorar o acesso à atenção de qualidade, incluindo triagem, detecção preoce, tratamento e cuidados paliativos.
Nas região das Américas, o câncer é a segunda causa mais frequente de morbidade e mortalidade, depois das doenças cardiovasculares, e é uma base importante das desigualdades em saúde.
Estima-se que 4 milhões de pessoas foram diagnosticadas recentemente e 1,4 milhão de pessoas morreram da doença em 2020. Aproximadamente, 57% dos novos casos de câncer ocorreram em pessoas com 69 anos de idade ou menos, quando estavam no auge de suas vidas.
Estima-se que globalmente foram registrados 20 milhões de novos casos de câncer e 10 milhões de mortes por câncer. A carga de câncer deve aumentar aproximadamente 60% nas próximas duas décadas, sobrecarregando ainda mais os sistemas de saúde, as pessoas e as comunidades. A carga global prevista deve aumentar cerca de 30 milhões de novos casos de câncer até 2040, com os maiores aumentos ocorrendo em países de baixa e média renda.
Na região das Américas, estima-se que o número de pessoas com diagnóstico de câncer aumente em 57% para aproximadamente 6,23 milhões de pessoas com diagnóstico de câncer até 2040, se nenhuma ação for tomada para prevenir e controlar.
O câncer pode ser prevenido e controlado por meio da implementação de estratégias baseadas em evidências para prevenção, triagem e detecção precoce, tratamento e cuidados paliativos. Os fatores de risco modificáveis mais comuns para o câncer, que são compartilhados com muitas outras doenças não transmissíveis, são:
Alguns fatores de risco específicos para o câncer incluem infecções crônicas pelo vírus do papiloma humano (HPV) - para câncer cervical -, hepatite B e C - para câncer de fígado- e H.pylori -para câncer de estômago.
Entre um terço e a metade dos casos de câncer poderiam ser evitados com a redução da prevalência de fatores de risco conhecidos. Exemplos de intervenções acionáveis são o controle do tabagismo e a vacinação contra o HPV. A prevenção primária mais eficaz do câncer é baseada em abordagens de todo o governo, com legislação, regulamentação e políticas fiscais combinadas com atividades para mudar o comportamento comunitário e individual. As mensagens de saúde pública e a promoção da saúde devem apresentar evidências sobre fatores de risco específicos.
A OPAS trabalha com os países para implementar na Região das Américas as três iniciativas globais lançadas pela Organização Mundial da Saúde para enfrentar a carga do câncer em nível global: a Iniciativa Global do Câncer de Mama, a Estratégia Global para a Eliminação do HPV e Câncer do colo do útero e a Iniciativa Global para o Câncer Infantil.
Apesar de ser uma doença amplamente evitável e tratável, o câncer do colo do útero é um importante problema de saúde pública, afetando principalmente mulheres jovens e desfavorecidas socioeconomicamente nos países em desenvolvimento. Somente na região das Américas, a incidência padronizada por idade em 2020 variou entre 5 novos casos por 100 mil mulheres no Canadá e 36 casos por 100 mil mulheres na Bolívia. Da mesma forma, as taxas de mortalidade variaram de 2 mortes por 100 mil mulheres no Canadá e 19 mortes por 100 mil no Paraguai.
Para enfrentar esse importante determinante das desigualdades socioeconômicas e de gênero, em 17 de novembro de 2020 a Organização Mundial da Saúde lançou a Estratégia para Acelerar a Eliminação do Câncer do Colo do Útero como um problema de saúde pública, com a meta de eliminação fixada em um limite de 4 ou menos novos casos casos por 100 mil mulheres até 2030. É necessária uma abordagem multidisciplinar para melhorar o acesso e o uso de ferramentas que já são reconhecidamente eficazes: vacinação contra o HPV, triagem cervical e tratamento.
Os objetivos consistem em:
Dadas as grandes desigualdades na sobrevivência ao câncer infantil entre e dentro das regiões, variando de 45% na América Central e no Caribe a mais de 80% na América do Norte, a Iniciativa Global para o Câncer Infantil foi lançada em setembro de 2018 com o objetivo de aumentar a sobrevida em 5 anos do câncer infantil para pelo menos 60% até 2030. A Iniciativa tem dois objetivos principais:
Um desafio adicional para atingir a meta do GICC para muitos países é mensurar os resultados dos pacientes e monitorar o progresso em relação às metas estabelecidas. Na América Latina e no Caribe, menos de 20% das crianças com 14 anos ou menos foram incluídas pelo registro de câncer até 2010, enquanto mais de 95% das crianças com câncer na América do Norte foram incluídas no registro de câncer. Uma das principais prioridades da OPAS/OMS é fornecer o apoio técnico necessário aos Estados Membros para fortalecer os serviços de câncer e os sistemas de informação para monitorar o progresso.
Em março de 2021, a Organização Mundial da Saúde apresentou a Iniciativa Global do Câncer de Mama, com o objetivo de reduzir a carga do câncer que é o mais frequente em mulheres em todo o mundo e na região das Américas. A iniciativa visa reduzir a mortalidade global por câncer de mama em 2,5% ao ano, evitando assim cerca de 2,5 milhões de mortes até 2040. Em 2020, houve quase 500 mil novos casos de câncer de mama e mais de 100 mil mortes por câncer de mama nas Américas. Se bem-sucedido, cerca de 480 mil mortes por câncer de mama seriam evitadas somente na região das Américas durante o período de 20 anos. As atividades da iniciativa se concentram em três pilares:
Campanha:
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CAMPANHA: Diagnóstico precoce do câncer infantil (inglês ou espanhol)